Apesar de Guedes e Bolsonaro, ZFM chega a quase 100 mil empregos

Mesmo com números robustos, governo demonstrou não ter dado importância ao fato

Linha de Produção da Honda no PIM

Neuton Corrêa, da Redação do BNC AMAZONAS

Publicado em: 05/05/2021 às 05:18 | Atualizado em: 05/05/2021 às 17:17

Atacada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, mesmo antes de Bolsonaro assumir o governo, a Zona Franca de Manaus (ZFM) apresentou nesta terça-feira, dia 4, números que vão na contramão das suas investidas contra o modelo.

Um desses números chama muita atenção. Trata-se do fato das empresas incentivadas terem fechado fevereiro com quase 100 mil empregos gerados.

O número exato, divulgado, ficou em 99.912 postos de trabalho abertos em empregos efetivos, temporários e terceirizados.

Fonte/Arte/Sufra

Apesar do excepcional resultado em plena crise sanitária, com medidas restritivas de convívio social e de atividades econômicas, o governo deu de ombros para o resultado.

E um saldo obtido num momento em que a cidade atravessava a onda mais letal da pandemia.

O dado fica ainda mais ressaltado quando comparado com os períodos da pré-pandemia.

Por exemplo, em fevereiro de 2019, o PIM empregava 86,9 mil operários; em 2020, 93,3 mil; e agora 99,9 mil postos abertos no mesmo período.

Ainda que 20 mil empregos distantes dos 120 postos abertos na era PT, a marca seria motivo de euforia em qualquer tempo.

Mas o comedimento do governo em comemorar ou mesmo destacar o feito pode ser uma sinalização de frustração de Paulo Guedes e do próprio governo.

Essa hipótese pode ser levantada, sim.

Basta olhar o histórico de ataques que a Zona Franca de Manaus sofreu nos quase dois anos e meio de governo Bolsonaro.

Começou com as investidas contra o polo de concentrados que fez o Amazonas perder a Pepsi, por causa da instabilidade jurídica criada com a ameaça de reduzir os incentivos fiscais do setor.

Mais recentemente, o próprio presidente Bolsonaro anunciou a abertura do mercado nacional à importação de bicicletas.

Essa medida prejudicaria a indústria nacional e, sobretudo, a da ZFM, que abriga unidades fabris do setor.

A última da série de investidas do governo Bolsonaro contra o modelo ocorreu na semana passada.

Foi quando o secretário de produtividade do Ministério da Economia, Carlos da Costa, tirou da pauta do CAS um projeto da LG que abriria mais 68 postos de trabalho no PIM.

Por tudo isso, é possível dizer que os números que são motivo de festa para os amazonenses podem, ao mesmo tempo, ser razão de frustração para quem ameaçou acabar com o modelo de desenvolvimento que agora ressurge das cinzas, como Fênix.

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Foto: BNC AMAZONAS, em 23/05/2019