Em carta aberta, denunciantes no caso de suposto assédio envolvendo o então presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, consideraram “estarrecedora” a declaração feita pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre o caso.
Em entrevista ao site “Metrópoles”, exibida nesta segunda-feira (24/10), Bolsonaro disse que não viu “nada de contundente” nas denúncias que foram apresentadas. Na ocasião, as mulheres relataram toques indesejados e convites inapropriados em eventos, gabinetes, garagem e dentro de carro da Caixa.
Nesta terça-feira (25), as denunciantes reagiram com “revolta” e “indignação” à fala do mandatário e lamentaram que tenham tido a sua palavra posta em dúvida em contribuição ao processo de revitimização.
“Acima de tudo, é motivo de indignação e revolta que, ao minimizar a dor e o sofrimento já expressos em inúmeros depoimentos perante a Corregedoria da Caixa, o Ministério Público do Trabalho e, no âmbito criminal, o Ministério Público Federal, as vítimas tenham sua palavra posta em dúvida em contribuição ao processo de revitimização que um Presidente da República deveria ter como compromisso combater”, disseram as denunciantes.
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Na semana passada, a Caixa confirmou o encerramento das investigações internas sobre as denúncias de assédio moral e sexual de Guimarães contra servidores da instituição, mas evitou divulgar a conclusão.
“O banco não divulga o documento, pois somente as autoridades competentes poderão quebrar o sigilo do conteúdo”, disse o banco, em resposta por escrito.
A informação foi antecipada pela revista Veja. Segundo a reportagem, o relatório enviado ao Ministério Público tem 490 páginas.
Guimarães foi exonerado da presidência da Caixa no dia 29 de junho após o portal Metrópoles revelar que o MPF investigava as denúncias de abuso. Daniella Marques o substituiu no cargo.
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Foto: Valter Campanato/Agência Brasil