Bolsonaro e Toffoli buscam retirar do MPF poder sobre delações
A proposta do projeto do Governo Federal e do STF abre brecha para esvaziar os poderes do MPF em investigações contra empresas

Publicado em: 31/07/2020 Ă s 10:52 | Atualizado em: 31/07/2020 Ă s 10:52
O governo de Jair Bolsonaro e o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, finalizam uma proposta para regulamentar a negociaĂ§Ă£o de acordos de leniĂªncia. Estes, portanto, funcionam como delações premiadas de empresas.
A minuta do projeto, Ă qual O GLOBO teve acesso, retira o MinistĂ©rio PĂºblico Federal (MPF) das negociações e concentra poderes na Controladoria-Geral da UniĂ£o (CGU). Assim como na Advocacia-Geral da UniĂ£o (AGU). Sobretudo os dois Ă³rgĂ£os sĂ£o subordinados ao presidente Jair Bolsonaro.
A partir disso, essa proposta abre brecha para esvaziar os poderes do MPF em investigações contra empresas.
Os grandes acordos de leniĂªncia da OperaĂ§Ă£o Lava-Jato, com companhias como o Grupo J&F e a Odebrecht, foram conduzidos inicialmente por procuradores do MinistĂ©rio PĂºblico. Somente apĂ³s esse processo, Ă³rgĂ£os como a CGU tiveram adesĂ£o.
Na longa negociaĂ§Ă£o com o MPF, a J&F ofereceu inicialmente R$ 700 milhões. No entanto, no final, aceitou pagar R$ 10,3 bilhões de ressarcimento.
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Foto:Â Marcos Correa/PR
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