Na Câmara, Mourão defende ZFM e exploração da silvinita em Autazes

Mourão

Aguinaldo Rodrigues

Publicado em: 04/11/2019 às 17:31 | Atualizado em: 04/11/2019 às 17:33

Obras de infraestrutura e exploração de minérios, como a silvinita, no Amazonas, são fatores que vão levar a Amazônia a se integrar ao país. Além disso, a Zona Franca de Manaus (ZFM) pesa muito pouco para o governo federal.

Essas opiniões foram emitidas pelo vice-presidente da República, general Hamilton Mourão (PRTB), durante simpósio sobre os riscos de internacionalização da região amazônica na Câmara dos Deputados, no dia 1º.

Mourão, ao defender que o governo incentive a atividade econômica na região amazônica, questionou o fato de os subsídios fiscais para o polo industrial da ZFM serem menos de 10% do total de R$ 200 bilhões que são renunciados para outros programas em todo o país.

Sobre a exploração da mina de silvinita, minério rico em potássio, no município de Autazes, no Amazonas, o vice-presidente tomou como exemplo de como a economia na Amazônia pode ser desenvolvida.

“Eu lembro que temos uma enorme riqueza de potássio na região de Autazes que está há alguns anos aguardando a liberação [licenciamento ambiental]. Existe a empresa pronta para trabalhar aquilo. E que significaria para o estado do Amazonas uma renda anual de R$ 10 bilhões e também libertaria o país da dependência de potássio para fabricação dos nossos fertilizantes”, afirmou.

A silvinita é uma mistura dos minérios silvita e halita, rico em potássio, principal componente dos fertilizantes para a agricultura.

 

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As BR

Mourão não citou a BR-319 (Amazonas-Rondônia), objeto de luta dos estados da região Norte para que saia de décadas de abandono e seja totalmente asfaltada, mas defendeu que a ligação da BR-163 à BR-210 para integrar o Amapá.

Ele lembrou que o estado faz fronteira com a Guiana Francesa. “Nós, brasileiros, não podemos permitir que o Amapá seja atraído para a França. Ele tem que estar aqui na nossa mão”.

Outro general, Santa Rosa, secretário de Assuntos Estratégicos do governo federal, general Santa Rosa, disse que a rodovia faz parte do programa Barão do Rio Branco, de desenvolvimento da Amazônia, em estudo no governo.

Disse ainda que o programa prevê também a construção de uma hidrelétrica no rio Trombetas e de uma ponte sobre o rio Amazonas, na cidade de Óbidos (PA).

 

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Reservas indígenas

Sobre a demarcação de terras indígenas na Amazônia, a reserva Raposa Serra do Sol, em Roraima, foi lembrada por outro militar, o deputado General Girão (PSL-RN).

O parlamentar, da frente em defesa da Amazônia na Câmara, afirmou que, para desenvolver a região, é preciso discutir a demarcação das terras indígenas.

Ele lembrou o que teria dito o ministro do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno, durante as discussões sobre a Raposa Serra do Sol no Supremo Tribunal Federal (STF), em 2009:

“Se toda terra brasileira que tenha sido ocupada tradicionalmente pelos antepassados dos indígenas atuais, se toda terra tiver que ser entregue a eles, a região da Vieira Souto, lá no Rio de Janeiro, Copacabana, teria que ser entregue também. E isso vale para grande parte do litoral brasileiro, com certeza absoluta”.

Fonte: Agência Câmara Notícias

 

Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados