Corrupção: CGU admite que ‘orçamento secreto’ não é transparente

Afirmação feita por Rosário ocorreu após ser questionado sobre um vídeo em que ele publicou ensinando como internautas poderiam acompanhar a liberação de recursos da União através das emendas de relator

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Diamantino Junior

Publicado em: 20/10/2022 às 13:40 | Atualizado em: 20/10/2022 às 13:42

O ministro da CGU (Controladoria-Geral da União), Wagner Rosário, admitiu, em conversa com um usuário no Twitter, que o Portal da Transparência do governo federal não tem as informações sobre os autores de pedidos de emendas parlamentares do orçamento secreto.

A afirmação feita por Rosário ocorreu após ser questionado sobre um vídeo em que ele publicou ensinando como internautas poderiam acompanhar a liberação de recursos da União através das emendas de relator.

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“As emendas de relator, apelidadas de orçamento secreto, são alterações realizadas pelo relator do orçamento na proposta orçamentária encaminhada pelo Governo Federal”, escreveu o ministro da CGU.

Pouco mais de uma hora depois, um usuário identificado como Alessandro Pignata respondeu o post de Rosário. “Ministro, e quem pediu a emenda ao relator? Tem esse dado no Portal da Transparência?”, perguntou.

O chefe da CGU, então, respondeu: “Infelizmente não, Alessandro. Quem tem essa informação é o relator. Quando tivermos, colocaremos no Portal. O congresso já começou a colocar no site alguns beneficiários. Você pode checar. Não sei se está completo.”

Junto a essa reposta, Rosário colocou o link para uma página do site da Câmara que lista as indicações orçamentárias das emendas de relator em 2022. O post foi noticiado primeiramente pelo Estadão.

O que é o orçamento secreto?

Presentes desde o Orçamento de 2020, as emendas de relator facilitaram o trabalho do governo de Jair Bolsonaro (PL) nas negociações com as bancadas do Congresso Nacional ao serem usadas em troca de apoio político.

Nos últimos meses, contudo, a verba, também conhecida como “orçamento secreto”, se tornou central em escândalos de fraudes na compra de caminhões de lixoônibus escolarestratores, ambulância, entre outros.

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Foto: divulgação/TCU