A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) deu entrada, na noite de terça, dia 29, no pedido de instalação de uma CPI (comissão parlamentar de inquérito) para investigar a caixa-preta da política de preços dos combustíveis da Petrobrás. O requerimento, que teve o apoio de parlamentares da oposição e da base governistas, tem 29 assinaturas, duas a mais do que o necessário.
Na segunda-feira, em discurso no plenário do Senado, o senador Omar Aziz (PSD-AM) defendeu a abertura da “caixaa-preta da Petrobrás” para que o governo explique a política de preços praticada pela estatal para os combustíveis. “Não só o diesel, mas a gasolina, o gás de cozinha, o querosene”, disse.
Além de Vanessa e Omar, o senador Eduardo Braga (MDB) também assinou a proposta de investigação da estatal.
Para ser instalada, será preciso a leitura do requerimento em sessão no plenário da casa para que os líderes possam indicar os membros.
Após a leitura, os senadores terão até à meia-noite do mesmo dia para retirar suas assinaturas, caso desejem desistir da CPI.
“A proposta é que seja uma CPI exclusivamente técnica, com um prazo de funcionamento de 30 dias para estudar a política do preço do combustível praticado pela Petrobrás. É necessário abrir a caixa-preta da empresa”, afirmou Vanessa.
Política de preços dolarizada
No documento, alega a senadora que “as políticas adotas pelo governo e pela Petrobrás nos últimos dois anos têm se alinhado e balizado na lógica do mercado internacional, descolando-se do interesse nacional e da nossa população”.
O presidente da estatal, Pedro Parente, é mencionado como “homem de mercado” e que recentemente assumiu a presidência do Conselho de Administração da BRF S.A. “Até pouco tempo [ele] presidiu o conselho de administração da BM&Bovespa. Há que se imaginar que a complexidade de uma empresa estatal e estratégica como é a Petrobrás exige exclusiva atenção e direcionamento de sua gestão”.
Outra justificativa é que há uma política de desinvestimento na empresa que fere o interesse nacional.
“A empresa está sendo desintegrada com o plano de negócios, com saída do transporte de gás, dos biocombustíveis, da petroquímica, dos fertilizantes, da energia elétrica etc. A empresa, ao contrário da Shell, Exxon, Statoil, etc, está concentrando na produção de petróleo, e deixando de ser uma empresa de energia”.
Por fim, o pedido alega que a “adoção de modelo de negócios baseado em premissas falsas tem o objetivo de maximizar o valor para acionista no curto prazo, comprometendo o futuro da empresa em prejuízo do Brasil”.
Quem assinou a CPI da caixa-preta
Amazonas
Vanessa Grazzziotin (PCdoB)
Eduardo Braga (MDB)
Omar Aziz (PSD)
Acre
Amapá
Randolfe Rodrigues (Rede)
João Capiberibe (PSB)
Bahia
Lídice da Mata (PSB)
Otto Alencar (PSD)
Roberto Muniz (PP)
Ceará
Distrito Federal
José Reguffe (sem partido)
Cristovam Buarque (PPS)
Espírito Santo
Pará
Pernambuco
Piauí
Regina Souza (PT)
Elmano Ferrer (Podemos)
Paraná
Roberto Requião (MDB)
Alvaro Dias (Podemos)
Gleisi Hoffmann (PT)
Roraima
Telmário Motta (PDT)
Angela Portela (PT)
Rio Grande do Norte
Rio de Janeiro
Romário (Podemos)
Lindberg Farias (PT)
Rio Grande do Sul
São Paulo
Sergipe
Carlos Valadares (PSB)
Maria do Carmo (DEM)
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Foto: BNC Amazonas