CPI da covid é base do novo pedido de impeachment de Bolsonaro

Grupo é liderado por Miguel Reale Júnior, um dos autores da denúncia que afastou Dilma Rousseff em 2016. Mais 140 pedidos aguardam decisão do presidente da Câmara

Mariane Veiga

Publicado em: 08/12/2021 às 20:25 | Atualizado em: 08/12/2021 às 20:34

Ao lado de integrantes da CPI da covid, um grupo de 18 juristas protocolou nesta quarta-feira (8) na Câmara dos Deputados novo pedido de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro.

O documento está baseado nas apurações da comissão parlamentar de inquérito e tem como principal signatário e coordenador o jurista Miguel Reale Júnior, autor do pedido que afastou a ex-presidente Dilma Rousseff.

A Câmara já recebeu mais de 140 pedidos de impeachment de Bolsonaro.

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Dessa forma, é do presidente da Câmara a prerrogativa de acolher ou não algum dos pedidos.

De acordo com os juristas que assinam o pedido, Bolsonaro agiu e se omitiu dolosamente durante a pandemia, “dando causa à proliferação dos males que levaram milhares de brasileiros à morte e a perigo de morte em vista de terem contraído o vírus”.

Conforme o texto do pedido, é “indubitavelmente” de Bolsonaro a “responsabilidade pela imensa dimensão que tomou a pandemia, que não teria sido dessa grandeza não fosse a arquitetura da política e o comportamento adotados pelo presidente”.

Em setembro, Reale Júnior líderou outro grupo que apresentou à CPI um estudo sobre os possíveis crimes cometidos pelo presidente da República durante a pandemia.

O parecer também serviu como base para o pedido apresentado nesta quarta.

Em um pronunciamento à imprensa após o protocolo da denúncia, Reale Júnior disse que Bolsonaro “não merece conduzir a nação”. “[Ele] descumpriu com o principal dever do presidente que é enfrentar o perigo. Pelo contrário, ele incentivou o perigo. Se fez sócio do vírus. Era sócio do vírus”, afirmou.

Segundo o pedido, Bolsonaro incorreu em crimes de responsabilidade divididos em dois tipos: atentar contra o direito à vida e à saúde; e proceder de modo incompatível com a honra, dignidade e decoro de suas funções.

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Foto: Marcos Corrêa/PR