Deputado do AM pede intervenção federal em presídios do Pará

Aguinaldo Rodrigues
Publicado em: 30/07/2019 às 11:11 | Atualizado em: 30/07/2019 às 11:11
O presidente da Frente Parlamentar Mista de Desenvolvimento Estratégico do Sistema Penitenciário, Combate ao Narcotráfico e Crime Organizado, deputado federal Alberto Neto (PRB-AM), pediu na segunda-feira, dia 29, intervenção federal no sistema prisional do Pará.
A ação, endereçada ao Departamento Penitenciário Nacional (Depen), pede urgência nessa intervenção. Ela é decorrente do massacre de 57 presos do Centro de Recuperação Regional de Altamira, município paraense.
Alberto Neto alega que a Superintendência do Sistema Penitenciário do Pará (Susipe) acusa superlotação de presos nessa unidade. Com capacidade para 111, hoje estaria com 311 presidiários.
Também pediu o presidente da frente parlamentar que uma força-tarefa seja enviada para colocar ordem nas unidades do estado.
“A cadeia está com superlotação, o que dificulta a ação dos agentes penitenciários e favorece ações como a ocorrida hoje [dia 29], em que os presos se rebelam, invadem áreas destinadas a presos de outras facções e o resultado é mais uma matança em presídios brasileiros”, disse.
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Facções mandam
O deputado disse que a Susipe descobriu no último dia 24 um túnel de seis metros de comprimento e dois e meio de altura que seria usado para fuga no Centro de Recuperação Penitenciário do Pará 1.
“Presídio brasileiro é uma vergonha mundial. Nós não vamos conseguir resolver o problema da segurança pública se a gente não investir e consertar essa problemática das penitenciárias. Até agora são 57 bandidos mortos, numa briga de facções. São eles que mandam nos presídios”, disse.
Polícia penal
Ele defende a criação de uma polícia penal capacitada para atuar nas unidades prisionais. Só assim, segundo o deputado, agentes penitenciários poderão fazer um bom trabalho.
Par Alberto Neto, a eficiência das empresas terceirizadas que administram os presídios em vários estados, incluindo o Amazonas, é questionável.
“As privatizações dividem opiniões acerca da administração prisional. É, por vezes, apontada como solução dos problemas carcerários. Mas, enfrenta grande deficiência por falta de dados que comprovem sua eficiência”.
Foto: BNC Amazonas