Deputados criticam decisão do Exército de não punir general Pazuello

Exército anunciou que o ex-ministro da Saúde e general Eduardo Pazuello não cometeu "transgressão disciplinar" por ter participado de ato político ao lado do presidente Bolsonaro

Deputados criticam decisão do Exército de não punir o general Pazuello

Ednilson Maciel, da Redação do BNC Amazonas

Publicado em: 04/06/2021 às 11:42 | Atualizado em: 04/06/2021 às 11:52

Deputados criticaram a decisão do Exército de não punir o general Eduardo Pazuello por participação em ato ao lado do presidente Jair Bolsonaro.

Por exemplo, o ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM-RJ) afirmou já estar na hora de discutir a proposta que veda aos militares da ativa a ocupação de cargo de natureza civil na administração pública.

De acordo com o jornal Correio Brasiliense, a deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC), afirmou que a “sensação” de não se saber “onde termina o governo e começa o Exército” é a pior coisa que pode acontecer às Forças Armadas.

Para os deputados Jorge Solla (PT-BA) e José Guimarães (PT-CE), a decisão abre espaço para “novas transgressões” por parte de militares “ao deixar Pazuello impune”.

“Sem tergiversar, é a maior vitória de Bolsonaro em favor de um golpe até aqui”, disse Solla. Para Guimarães, a falta de medidas contra o general dá “carta branca” para que “qualquer patente cometa o mesmo erro ou coisa pior”.

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Atentado à democracia

Na mesma linha, o deputado Ivan Valente (PSOL-SP) classificou a falta de punição como um “atentado à democracia”.

No Twitter, Valente acusou o Exército de se curvar a Bolsonaro. “Está instalada a anarquia militar”, afirmou o parlamentar.

A ex-aliada de Bolsonaro e deputada Joice Hasselmann (PSL-SP) também entrou no coro de críticas às Forças Armadas.

“Como pode a cúpula do Exército ficar de joelhos para um político?”, questionou, acusando Bolsonaro de estar “destruindo nossas instituições”.

Para Orlando Silva (PCdoB-SP), “ao ceder a Bolsonaro e aceitar a imposição da desordem, o comando trincou o mais importante estamento militar”.

Marcelo Freixo (PSOL-RJ) também comentou o caso, declarando que o Exército está se “desmoralizando” diante da “delinquência” de Bolsonaro.

Exército

Conforme o Correio Brasiliense, o comando do Exército anunciou nesta quinta-feira que o ex-ministro da Saúde e general Eduardo Pazuello não cometeu “transgressão disciplinar” por ter participado de ato político no Rio de Janeiro ao lado do presidente Jair Bolsonaro.

Foto: Foto: Reprodução/CNN Brasil