A Fiesp (Federação das Indústrias de São Paulo) anunciou, nesta segunda-feira (30), que adiará a divulgação do manifesto pela pacificação dos três poderes da República. O manifesto é também pela defesa da democracia e que desagradou o governo.
Como consequência, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal ameaçam se retirar da Federação Nacional de Bancos (Febraban), a protagonista do movimento.
Uma carta acessada hoje (30) aos três poderes assinada por entidades de classe aponta “grande preocupação” com a “escalada de tensões e hostilidades entre as autoridades públicas” e pede “serenidade, diálogo, pacificação política, estabilidade institucional e, sobretudo, foco em ações e medidas urgentes e necessárias para que o Brasil supere a pandemia, volte a crescer e a gerar empregos”.
O trecho está na versão mais recente da carta, obtida pelo blog da jornalista Julia Duailibi, do G1. A divulgação foi suspensa pelo presidente da Fiesp, Paulo Skaf (foto ).
Apoio ao manifesto
A previsão inicial era que o texto fosse publicado nesta terça-feira (31) e contasse com a assinatura de cerca de 200 entidades de classe – entre elas a Associação Brasileira de Agronegócio (Abag), o Instituto de Desenvolvimento do Varejo (IDV), a Fecomercio e a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).
A carta surgiu de uma ideia inicial da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), encampada depois por Skaf.
“Mais do que nunca, o momento exige do Legislativo, do Executivo e do Judiciário aproximação e cooperação. Que cada um atue com responsabilidade nos limites de sua competência, obedecidos os preceitos estabelecidos em nossa Carta Magna. Este é o anseio da Nação brasileira”, diz outro trecho da carta.
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No domingo (29), o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), chegou a conversar com Skaf.
Lira defendeu esperar que a divulgação ocorresse apenas depois de 7 de setembro.
A Fiesp diz que a suspensão não teve a ver com o pedido de Lira. Segundo a entidade, houve muito interesse pelo manifesto e que resolveu, então, esperar novas adesões.
Skaf tentou contato com Bolsonaro, que, de acordo com um ministro palaciano, está muito insatisfeito com o dirigente da Fiesp.
Nesta segunda-feira, sete entidades do setor agroindustrial divulgaram uma carta na qual fazem um “chamamento a que nossas lideranças se mostrem à altura do Brasil”.
Assinam a carta a Abag, a Abrapalma, a Abiove, a Abisolo, a Croplife Brasil, o Ibá e o Sindiveg.
As entidades também assinam o manifesto da Fiesp. Como a divulgação foi suspensa por decisão de Paulo Skaf, se manifestaram à parte.
Com informações do blog de Julia Duailibi
Foto: Diário de Olímpia/divulgação