Executivo da Giuliani Security & Safety, do ex-prefeito de Nova York Rudolph Giuliani, contratada pelo Governo do Amazonas para prestar consultoria na área de segurança pública, sugeriu que a empresa vai defender a construção de presídios federais no interior do estado. A ideia encontra forte resistência dos habitantes dos municípios.
Durante encontro com a seccional Amazonas da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-AM) na última sexta-feira, dia 18, o diretor de operações e CEO da empresa norte-americana, John Ruvane, questionou a ausência de presídios federais no estado.
Ruvane afirmou que essa é uma das alternativas para desafogar as cadeias no estado, onde os presos participariam de trabalhos diários. Ele também defendeu a separação dos detentos de forma a conter o fortalecimento das facções nos presídios.
Os executivos da empresa ouviram dos advogados, representados pelos presidentes da seccional, Marco Aurélio Choy, da Comissão de Direitos Humanos, Epitácio Almeida, e do Conselho Estadual de Direitos Humanos, Glen Wilde Freitas, um relato do sistema carcerário.
Destacaram o massacre de presos de janeiro de 2017, a superlotação das celas, a ausência de política de ressocialização dos condenados e os altos custos que o governo tem administração terceirizada dos presídios, nas mãos da empresa Umanizzare nos últimos anos.
“O Estado precisa entender que o problema da segurança pública passa pela questão do sistema carcerário. Nós temos presos de alta periculosidade na mesma cela que detentos de crimes de menor potencial. Tá todo mundo misturado e isso alimenta as facções”, disse Epitácio.
Choy destacou a iniciativa do governo em abrir espaço para que a OAB-AM pudesse participar da construção desse novo projeto de segurança para o estado e afirmou que, com planejamento, o poder Executivo terá condições de vencer as dificuldades.
“É muito representativa essa iniciativa do Governo do Estado de ouvir a OAB-AM que, além de representante da advocacia, é representante da sociedade civil. Percebe-se que não é um programa de segurança pública feito de dentro pra fora, mas também de fora pra dentro, pois está ouvindo a sociedade”, disse.
Foto: Divulgação/OAB-AM