Depois da derrotada na comissão especial por 23 votos a 11, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do voto impresso será votada no plenário da Câmara dos Deputados , conforme anunciou o presidente da casa, Arthur Lira (PP-AL), nesta sexta-feira (06).
“Pela tranquilidade das próximas eleições e para que possamos trabalhar em paz até janeiro de 2023, vamos levar a questão do voto impresso para o plenário, onde todos os parlamentares eleitos legitimamente pela urna eletrônica vão decidir”, disse Lira.
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Parlamentares de diversos partidos criticaram a decisão do presidente da casa que atende um clamor do presidente Jair Bolsonaro que vem defendendo, enfaticamente, essa bandeira junto aos seus apoiadores.
Para parlamentares da oposição, o presidente Jair Bolsonaro será novamente derrotado com a matéria no plenário.
“Duvido que a PEC do Voto Impresso passe na Câmara. Bolsonaro verá seu projeto golpista fracassar em plenário, de forma esmagadora”, prevê o deputado José Ricardo (PT).
Ele diz que a matéria representa um atraso para o Amazonas e o Brasil.
“Na verdade, essa proposta é inconstitucional, porque atinge a Constituição federal quanto ao voto secreto e não resolve problema algum”, avaliou.
Urna eletrônica
De acordo com o deputado, a urna eletrônica, ao longo desses 20 anos de implementação no país, até agora, não mostrou problemas com relação à apuração.
“E temos que tratar de coisas mais importantes para o país, tanto a Câmara, o Congresso de um modo geral, quanto o governo”, defendeu.
Ricardo destacou ainda a necessidade de buscar soluções para desemprego, a fome, o auxílio emergencial e a vacina que atrasada.
“Temos que cuidar do Brasil e da vida do povo, e não ficar com essa ‘cortina de fumaça’, desviando dos vários problemas atuais e inventando essa questão do voto impresso”, protestou.
A presidente nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), afirmou que Lira está desrespeitando o parlamento.
“Anunciar que vai levar voto impresso para deliberação do plenário e dizer que isso é o mais democrático, é zombar do parlamento. Se está preocupado com a democracia, por que não leva o impeachment para o plenário decidir? Aliás, porque apoia Bolsonaro?”.
Foto: Divulgação