Lira discorda de veto parcial ao orçamento como sugere Guedes

O impasse se dá porque o relator do orçamento cortou R$ 26,5 bilhões em despesas obrigatórias do governo para turbinar emendas parlamentares

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Aguinaldo Rodrigues

Publicado em: 01/04/2021 às 15:18 | Atualizado em: 01/04/2021 às 15:18

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), discorda da sugestão de veto parcial ao orçamento de 2021, aprovado no Congresso Nacional, na semana passada.

A proposta de veto levada ao presidente Jair Bolsonaro foi feita pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.

Guedes recomendou veto parcial ao projeto aprovado com o alerta de que o presidente Bolsonaro corre o risco de um processo de impeachment.

Lira não quer o veto e por não vê motivos para a abertura de processo de afastamento do presidente tendo como base o orçamento.

Na publicação do Estadão, republicada por UOL, Lira teria dito a interlocutores que Guedes quer fazer “terrorismo”.

Como é o presidente da Câmara o responsável por abrir um processo de impeachment, Lira afirma que um novo pedido com base nas mudanças feitas pelos parlamentares na lei orçamentária seria “apenas mais um na gaveta”.

“Guedes não tem interlocução com o Congresso. Ele vai brigar com quem o apoia? Aí fica difícil”, disse Lira a interlocutores.

Ontem (31), Lira e Guedes estiveram reunidos no Planalto com a ministra da Secretaria de Governo, Flávia Arruda, o ministro da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos, e o senador Márcio Bittar (MDB-AC), relator do orçamento.

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Bilhões a cancelar

Bittar comunicou formalmente ao presidente que, após a sanção do texto, vai cancelar R$ 10 bilhões em emendas como forma de resolver o impasse.

O cancelamento nas emendas permite ao governo direcionar recursos a despesas obrigatórias que foram subestimadas no orçamento, como Previdência e seguro-desemprego.

Para aumentar as cifras bilionárias das emendas, o senador cortou R$ 26,5 bilhões em despesas obrigatórias.

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Foto: Pública.org/divulgação