Nesta sexta-feira, dia 3, a XP Investimentos divulgou pesquisa em que o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, tem o apoio de 77% dos brasileiros. Esse apoio é o dobro da aprovação do presidente Jair Bolsonaro.
Em outro levantamento, a Diretoria de Análise de Políticas Públicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV) identificou, desde a última sexta-feira, 25 de março, Mandetta aparece em 615,3 mil menções no Twitter.
Já o ministro da Justiça, Sérgio Moro, o segundo ator político mais citado do país nas redes sociais, aparece agora com 246,1 mil menções na plataforma.
Paulo Guedes, da Economia, é citado em 189,5 mil tuítes. Mas esse índice ocorre, apesar do impacto de medidas econômicas do governo federal para mitigar os efeitos da pandemia.
Moro agora é coadjuvante
Desde o começo do governo Bolsonaro, era o ministro Sérgio Moro quem liderava com folga a presença nas redes sociais. Somente em 2019, foram mais de 36 milhões de referências no Twitter, segundo a FGV.
No entanto, isso mudou. Desde o aquecimento do debate no país sobre o coronavírus, com a pauta desviada a questões de economia e saúde, Moro se converteu em coadjuvante. Isso é identificado até mesmo entre os bolsonaristas que pouco falam dele.
Mandetta até pouco tempo não estava presente no cenário político digital (menos de 20 mil menções/mês).
Salto
Porém, por sua atuação no combate ao coronavírus, converteu-se em figura central tanto por parte da direita quanto da esquerda.
A Diretoria de Análise de Políticas Públicas da FGV demonstra como Sérgio Moro perdeu fôlego como ator influente.
A pesquisa revela que dentre as 20 postagens mais retuitadas sobre o ministro da Justiça, 15 são da própria conta oficial do ex-juiz.
No caso de Mandetta, oito dos 20 tuítes de maior impacto na rede são do próprio ministro. E por atuar como interlocutor entre a base pró-governo e os demais segmentos, sua fala repercute nos demais grupos.
Paulo Guedes tem forte rejeição
Pelo levantamento da FGV, dentre os 20 tuítes de maior volume de compartilhamentos, apenas cinco são da base pró-governo. São parlamentares alinhados a Bolsonaro repercutindo medidas econômicas.
Nas 15 manifestações restantes, todas estão relacionadas à rejeição a Guedes (que não tem conta no Twitter).
Contribui ainda para o baixo volume de menções ao ministro da Economia o fato de que o próprio Bolsonaro concentra sobre si próprio quase toda a repercussão de ações do governo federal.
Porém, há um ponto em comum no discurso digital sobre Moro, Guedes e Mandetta. Todos são elogiados quando se posicionam a favor do isolamento social.
Se esses dados e suas respectivas análises terão efeito no cenário eleitoral de 2022, na sucessão de Jair Bolsonaro, só o tempo dirá.
*Com informações da Assessoria da FGV
Foto: Isac Nóbrega/Presidência da República, em 23 de abril de 2020