Os deputados Marcelo Ramos (PL) e Sidney Leite (PSD) deram o tom nesta terça-feira, dia 10, do discurso adotado pelo Centrão na Câmara diante do governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
O grupo está convicto de que é necessário deixar Bolsonaro falando sozinho nas pautas que desviam a atenção dos problemas mais sérios como a crise na economia.
A saber, o país registrou um PIB (Produto Interno Bruto) de apenas 1,1%.
Linha clara
Em discurso, Marcelo Ramos deixou claro essa linha: “Ontem o Brasil viveu um dia de tempestade perfeita: queda de mais de 12% na bolsa; dólar a quase R$ 5; coronavírus; mercado do petróleo agitado pela guerra de preços entre Arábia Saudita e Rússia; e o presidente causando ainda mais instabilidade política institucional”.
E prosseguiu: “E nós? O que vamos fazer diante desse cenário? Cair na armadilha e ficar batendo boca com o presidente sobre urna eletrônica, sobre R$ 15 bilhões do orçamento e sobre as manifestações do dia 15? Ou vamos deixá-lo falando sozinho e vamos cuidar do que pode não interessar a ele, mas é o que mais interessa ao país?”
Da mesma forma, o deputado Sidney Leite afirmou que não dá para ficar discutindo sobre fraude nas eleições de 2018.
“Precisamos enfrentar os desafios da retomada do crescimento econômico, das gerações de emprego, das reformas necessárias do país, os problemas das filas do Bolsa Família, do INSS e diminuir as desigualdades sociais”, disse.
Pauta
Assim sendo, Marcelo Ramos diz que chegou a hora de implementar pauta como as emendas à Constituição (PECs) do teto de gastos, autonomia do Banco Central e a Medida Provisória (MP) 905 da Carteira Verde e Amarela.
De acordo com ele, é preciso aprovar o pacote de combate à desigualdade.
A pauta é dos deputados federais Tabata Amaral (PDT-SP), Felipe Rigoni (PSB-ES), João Campos (PSB-PE), Pedro Cunha Lima (PSDB-PB) e Raul Henry (MDB-PE).
“É hora de aprovarmos a MP 898, tão bem conduzida pela comissão, pelo deputado Camilo Capiberibe (PSB-AP) e pelo senador Randolfe (Rodrigues-Rede-AP), tornando permanente o décimo terceiro do Bolsa Família e criando o décimo terceiro do BPC, além de criar o come-cotas dos fundos exclusivos, promovendo justiça fiscal no nosso país”, defendeu.
Do mesmo modo defendeu a aprovação do Fundeb, da PEC da segunda instância e do resgate do Bolsa Família.
“Tem gente lá fora sofrida e amedrontada pela crise econômica e pelo coronavírus, pais e mães vivendo a dor de não puderem sustentar suas famílias, empresários apavorados com os efeitos dessa crise nos seus negócios, investidores temerosos pela instabilidade política e institucional do nosso País”, finalizou.