Ministros do STF se articulam para enquadrar ex-senador sem foro 

O ministro Barroso apresentou queixa-crime contra Magno Malta por lhe acusar de responder a processos por espancamento de mulher  

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Publicado em: 14/06/2022 Ă s 23:01 | Atualizado em: 14/06/2022 Ă s 23:01

Os ministros do STF LuĂ­s Roberto Barroso e Alexandre de Moraes fazem mais uma dobradinha polĂ­tica para enquadrar, desta vez, o ex-senador Magno Malta (PL-ES) no inquĂ©rito das fake news. Malta (foto) nĂ£o tem foro especial 

Barroso apresentou queixa-crime contra Magno Malta pelos crimes de calĂºnia, injĂºria e difamaĂ§Ă£o.  

O caso foi encaminhado ao ministro Alexandre de Moraes, relator do inquĂ©rito das fake news, que jĂ¡ abriu prazo de 15 dias para o ex-parlamentar se manifestar.  

Barroso apresentou a queixa apĂ³s Malta afirmar que o ministro “tem dois processos no STJ, na Lei Maria da Penha, de espancamento de mulher”.  

O ex-senador tambĂ©m disse que Barroso era “um dos mais assanhados” ao falar das sabatinas que fez com integrantes da corte no Senado.  

As declarações foram feitas no Ăºltimo sĂ¡bado, durante a Cpac Brasil, evento conservador realizado em Campinas (SP) no Ăºltimo fim de semana. 

Em despacho, o ministro Alexandre de Moraes, relator da queixa-crime, disse que “Ă© evidente” que a atitude de Magno Malta tem conexĂ£o com as que sĂ£o investigadas no inquĂ©rito das fake news.

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O ministro deu 15 dias para o ex-senador se manifestar.  

“Os fatos atribuĂ­dos a Magno Pereira Malta nesta denĂºncia assemelham-se, em acentuado grau, ao modus operandi da organizaĂ§Ă£o criminosa investigada no INQ 4.874/DF, circunstĂ¢ncia que resultou na permanĂªncia da competĂªncia desta Corte para o prosseguimento das investigações inicialmente conduzidas nos INQs 4.781/DF e 4.828/DF, notadamente em razĂ£o da possĂ­vel participaĂ§Ă£o de diversas autoridades que detĂªm foro por prerrogativa de funĂ§Ă£o no STF”, disse o ministro.  

Ataque Ă  honra 

Na queixa-crime, Barroso afirma que, mais que ataques contra sua prĂ³pria honra, as declarações de Magno tinham como objetivo um “ato concertado” para a difusĂ£o de desinformaĂ§Ă£o contra o JudiciĂ¡rio e a promoĂ§Ă£o de atos antidemocrĂ¡ticos.  

“As ofensas foram desferidas contra Ministro do Supremo Tribunal Federal em contexto semelhante Ă quele descortinado pelos elementos probatĂ³rios colhidos no InquĂ©rito nº 4.871, qual seja: a disseminaĂ§Ă£o de conteĂºdos falsos e fraudulentos com o objetivo de atacar o Poder JudiciĂ¡rio (em especial, o STF), minar sua credibilidade e ameaçar sua independĂªncia”. Trecho da queixa-crime de Barroso contra Malta. 

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Foto: Waldemir Barreto/AgĂªncia Senado