Parlamentares do Amazonas repudiam propagação do nazismo 

Assunto volta à tona a partir do comentário de um youtuber e do gesto de um comentarista político de televisão

Iram Alfaia, do BNC Amazonas em Brasília

Publicado em: 09/02/2022 às 17:45 | Atualizado em: 10/02/2022 às 10:32

O senador Omar Aziz e o deputado federal Sidney Leite, ambos do PSD, reagiram, nesta quarta-feira (9), sobre a polêmica em torno das manifestações nazistas envolvendo um youtuber e um apresentador da emissora de TV Jovem Pan. Os dois fatos aconteceram nesta semana. 

Durante o podcast Flow, Bruno Aiub, o Monark, defendeu a criação de um partido nazista e o apresentador da Jovem Pan Adrilles Jorge fez um gesto associado ao nazismo num programa da emissora. 

A exemplo de várias lideranças no Congresso Nacional, os parlamentares amazonenses condenaram as manifestações.   

“Ver que nos dias de hoje, com tanta informação disponível, ainda há pessoas que defendam o nazismo é ultrajante, para não dizer algo pior. Sou um grande defensor da liberdade de expressão, da democracia. Mas, tem muita gente a usando sem conhecer o real significado”, disse Omar.  

Sidney Leite ficou chocado: “Me impressiona que mesmo que tenhamos acessos a registros históricos do quão cruel foi a ideologia nazista enquanto teve força, ainda sim, em 2022 somos obrigados a ver pessoas públicas defendendo esse regime”.

 

Deputado Sidney Leite
Foto: divulgação/PSD

Pena mais rígida 

Em novembro do ano passado, o deputado federal Leo de Brito (PT-AC) apresentou um projeto aumentando a pena para crime resultante das condutas de divulgação do nazismo. 

“Com base num estudo que abordou as raízes do neonazismo no Brasil e com outros acontecimentos envolvendo a apologia ao nazismo, apresentei o projeto”, disse o deputado. 

A matéria tem como base a Lei 7.716 de 5 de janeiro de 1989, que é a lei antirracismo e crimes de ódio. Nela, está previsto a pena de dois a cinco anos de reclusão para casos de apologia ao nazismo.  

“Fiz uma proposta para ampliar a pena para esse tipo de crime para ser de quatro a seis anos de reclusão”, explicou. 

Investigação 

O senador Fabiano Contarato (PT-ES) entrou com representação no Ministério Público de São Paulo pedindo investigação do apresentador Adrilles Jorge.

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 Contarato também apresentou projeto de lei (PL 175/2022) para criminalizar condutas associadas à promoção do nazismo e do fascismo, com reclusão de dois a cinco anos e multa.  

“Antes da conclusão do programa, o apresentador ergueu a mão direita em manifestação idêntica àquela realizada por nazistas ao saudar Hitler, ditador alemão durante a Segunda Guerra Mundial e responsável pela condução do Holocausto que vitimou mais de seis milhões de pessoas, a maioria judeus. Não podemos permitir que esse genocídio contra a humanidade seja promovido no Brasil”, afirmou o senador. 

Foto: BNC Amazonas