PL enquadra Menezes após chamar Alberto Neto de ‘judas’

O presidente nacional do PL, Valdemar da Costa Neto, determinou hoje que o diretório municipal do partido instaure processo ético-disciplinar contra o filiado Alfredo Menezes Júnior, coronel reservista e compadre do ex-presidente Jair Bolsonaro. Ele chamou o deputado Alberto Neto de “judas” pelo voto contra a reforma tributária.

A ordem é para que o procedimento seja feito imediatamente. Mais que isso: a determinação indica necessidade de apuração e punição de excessos cometidos pelo militar da reserva.

Na provocação do processo, Costa Neto não usa meio termo para dizer que o filiado deve ser processado “por violação dos deveres partidários”.

A ordem para que o PL Manaus enquadre Menezes ocorre menos de 24 horas depois de este ter chamado o deputado federal Capitão Alberto Neto, membro do partido, de “judas”. A intenção, portanto, foi de tachar o parlamentar de traidor.

O ataque de Menezes foi por causa do voto do deputado contra a reforma tributária.

Leia mais

Alberto Neto justifica voto contra a reforma tributária e ZFM

Pressão de Bolsonaro

Porém, o voto de Alberto Neto, que também é contra a Zona Franca de Manaus (ZFM), obedeceu a uma orientação do próprio partido. Aliás, o voto contrário foi resultado da pressão de Bolsonaro à bancada de seu partido.

Contudo, em sua live semanal, transmitida todas as terças-feiras, Menezes comentou seu posicionamento sobre a aprovação da reforma tributária na Câmara. Foi na ocasião que chamou o correligionário de traidor.

“Em nenhum momento elogiei Omar [Aziz] e contrariei Bolsonaro, mas a articulação do governador Wilson Lima junto à bancada. Já o nosso amigo [referindo-se a Alberto Neto] não só traiu a bancada, mas também o governo, o Amazonas e os colegas. A bancada estava unida e depois apareceu o ‘judas’”.

Dos oito deputados do Amazonas, Alberto Neto foi o único voto contrário à reforma.

Leia mais

Denunciador e apurador

Detalhe do documento que ordena processo contra Menezes é que será Alberto Neto, autor da denúncia, quem cuidará da formação da comissão de ética. É esse, portanto, o tribunal que enquadrará o oficial da reserva.

Veja o documento

Foto: divulgação