O caso do desembargador Elci Simões (foto), do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJ-AM), em repreendeu a advogada catarinense, Malu Borges Nunes, porque seu filho estava chorando na hora da sessão do tribunal, continua a repercutir negativamente em âmbito nacional.
Desta vez, a manifestação veio da Procuradoria Especial da Mulher do Senado que emitiu, nesta quarta-feira (24) nota de repúdio contra a atitude do desembargador amazonense.
Assinada pela procuradora da Mulher, senadora Leila Barros (PDT-DF), a nota de repúdio lembra que o vídeo da sessão gravada viralizou nas redes sociais, nas quais a atitude do desembargador Elci Simões foi submetida ao “tribunal” da opinião pública, que não pôde deixar de manifestar seu descontentamento ante a esse escândalo.
Diz ainda que a reprimenda alcançou a advogada lactante em pleno mês da campanha do “Agosto Dourado” que, desde 2017, ampliou no Brasil a Semana Mundial de Amamentação para multiplicar a conscientização sobre o valor do leite materno.
“O comportamento do desembargador Elci Simões é prova de que a campanha da amamentação e do aleitamento tem sua razão de ser. Mas também é o indício do quão decisivo e importante é discutir a ocupação dos espaços de poder por nós mulheres”, afirma Leila Barros.
A senadora lembra ainda que vozes da Comissão da Mulher da OAB já se levantaram para defender a advogada que foi acusada e condenada pelo desembargador de ferir a ética advocatícia.
CNJ precisa se manifestar
No entender da Procuradoria da Mulher, cabe ao Conselho Nacional de Justiça e ao Tribunal de Justiça do Amazonas se pronunciarem adequadamente a respeito da conduta abusiva do desembargador Elci Simões.
A nota ressalta o talento da advogada Malu Borges Nunes e a formação que a capacitou para sustentar uma causa no juízo de segundo grau.
“O choro de seu bebezinho de seis meses não veio atrapalhar um julgamento, mas aumentar o coro daquelas e daqueles que não suportam mais cenas de misoginia e de aversão à condição da mulher, protagonizadas por quem quer que seja e em quaisquer espaços.
A essa sistemática insensibilidade e aversão à condição da mulher e aos direitos que nos assistem, nosso mais veemente repúdio”, finaliza a nota de repúdio da Procuradoria Especial da Mulher no Senado.
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Foto: Raphael Alves/TJ-AM