Psol entra com ação para anular exoneração do chefe da PF no AM

O Psol teve sua ação judicial assinada pelos deputados David Miranda (RJ), Vivi Reis (PA), Fernanda Melchionna (RS) e Sâmia Bonfim (SP)

20/04/2021 17:16

Iram Alfaia, do BNC Amazonas em Brasília

O Psol ingressou com uma ação popular na Justiça Federal do Amazonas pedindo que seja sustada e declarada nula a portaria que exonerou o ex-superintendente da Polícia Federal (PF) no Amazonas Alexandre Saraiva (foto).

A ação foi assinada pelos deputados federais da legenda David Miranda (RJ), Vivi Reis (PA), Fernanda Melchionna (RS) e Sâmia Bonfim (SP).

De acordo com eles, a troca de comando tem objetivo de enfraquecer a fiscalização na região.

De acordo com a deputada Vivi Reis, a troca no comando da PF “está sendo feita unicamente com o objetivo de permitir a liberação de ações de empresários que exploram madeira ilegal na Amazônia e que vem sendo alvo de operações da PF.

Ela diz que tudo foi feito sob pressão do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. “O objetivo da troca é unicamente enfraquecer a fiscalização”, afirmou.

Saraiva foi substituído no começo do mês, exatamente um dia depois de ter pedido ao Supremo Tribunal Federal (STF) que investigue o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles.

Na notícia-crime apresentada pelo então superintendente justificou que as ações do ministro poderiam dificultar a ação fiscalizadora dos agentes públicos no trato de questões ambientais.

Histórico

Na ação, os parlamentares explicam que, em dezembro, a PF, em conjunto com o Ministério Público Federal, realizou a operação Handroanthus GLO que resultou na maior apreensão de madeira da história do Brasil, na divisa dos estados do Pará e Amazonas.

Na operação foram apreendidos mais de 200 mil metros cúbicos de madeira, que estavam em situação irregular.

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“Depois da apreensão, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, esteve duas vezes na região em que ocorreu a apreensão da madeira, mas ao contrário de apoiar os trabalhos realizados pela Polícia Federal, o ministro criticou publicamente a operação”, diz nota dos parlamentares.

Eles destacam, ainda, que Salles se encontrou com diversos empresários que foram alvos da operação Handroanthus GLO.

“Na notícia-crime apresentada ao Supremo, o delegado acusa o ministro Salles, junto com o presidente do Ibama, Eduardo Bim, e o senador Telmário Mota (Pros-RR) de integrarem organização criminosa e de exercerem advocacia administrativa, atuado na defesa de empresários, acusados de extraírem ilegalmente a madeira.”

Foto: TV Globo/reprodução