Nesta segunda-feira, a partir das 19h, a Câmara dos Deputados elege a sua nova mesa diretora para os próximos dois anos.
Entre os candidatos, está o deputado do Amazonas, Marcelo Ramos (PL-AM), que concorre a primeiro vice-presidente na chapa do deputado Arthur Lira (PP-AL) que, segundo previsões e pesquisas, deverá ser eleito em primeiro turno.
A poucas horas da eleição, o BNC Amazonas falou com Marcelo Ramos sobre as ações que ele tomará, caso eleito, na primeira vice-presidência em favor do estado do Amazonas.
“Penso que essa eleição é muito significativa para nosso estado do Amazonas, em especial, pelo compromisso que o deputado Arthur Lira firmou no nosso estado. Arthur e eu vamos atuar pela manutenção das vantagens comparativas da Zona Franca de Manaus e lutar para ter a garantia de recursos, junto ao governo federal, para a recuperação da BR-319”, disse Marcelo.
Auxílio Emergencial
O candidato amazonense a vice-presidente da Câmara tem algumas ressalvas com relação à prorrogação do auxílio emergencial
Marcelo diz que a segunda onda da pandemia de coronavírus é grave e requer ações sociais em defesa dos mais atingidos pela crise.
No entanto, o país também passa por sérios problemas fiscais, por isso, ele defende que se busque soluções dentro do teto de gastos para não passar a uma mensagem de irresponsabilidade fiscal aos investidores.
Marcelo Ramos na coletiva de Arthur Lira em Manaus
“Creio que uma das soluções pode ser um auxílio emergencial menos robusto e mais focado nos que mais precisam, ou uma remodelagem do programa Bolsa Família, de modo a incluir aqueles que hoje não dispõe de nenhum apoio social”, defendeu.
Pandemia no Amazonas
Questionado sobre quem seriam os responsáveis – se o governo federal, estadual ou prefeitos municipais – pelo agravamento da pandemia de coronavírus no Amazonas, Marcelo Ramos respondeu:
“Não discutirei culpados antes que todos os amazonenses estejam respirando. No momento, prefiro direcionar todas as minhas energias para ajudar na solução dos problemas da saúde em nosso estado. Mas, quando todos os amazonenses estiverem em condições de receber oxigênio e um tratamento digno, serei duro em buscar os culpados”, declarou.
Leia a seguir a íntegra da entrevista com o deputado federal Marcelo Ramos:
BNC : O senhor participa, nesta segunda-feira, dia 1º de fevereiro, da eleição da Câmara dos Deputados, como candidato a primeiro vice-presidente da mesa diretora. Vencendo a eleição, como o senhor poderá ajudar o Amazonas nesse cargo?
Marcelo Ramos: Ser indicado ao cargo de vice-presidente da Câmara, por si só, já é uma grande honra para mim, um deputado federal de primeiro mandato, e porque, desde 1982, o Amazonas não ocupa uma vaga na mesa diretora da Câmara. Penso que essa eleição é muito significativa para nosso estado do Amazonas, em especial, pelo compromisso que o nosso candidato a presidente, o deputado Arthur Lira (PP-AL), firmou, presencialmente, no nosso estado. Arthur e eu vamos atuar pela manutenção das vantagens comparativas da Zona Franca de Manaus, e lutar para ter a garantia de recursos, junto ao governo federal, para a recuperação da BR-319.
BNC : Um dos debates fortes entre os candidatos da Câmara e do Senado, nesse processo eleitoral, é a volta do auxílio emergencial. Qual sua posição sobre esse tema?
Marcelo Ramos: Temos em mente que a segunda onda da pandemia é grave e requer ações sociais em defesa daquelas pessoas mais afetadas pela crise. No entanto, o país, do ponto de vista fiscal, também passa por sérios problemas. Por isso, defendemos a importância de buscamos soluções que fiquem dentro do teto de gastos e não passem uma mensagem de irresponsabilidade fiscal aos investidores. Creio que uma das soluções pode ser um auxílio emergencial menos robusto e mais focado nos que mais precisam, ou uma remodelagem do programa Bolsa Família, de modo a incluir aqueles que hoje não dispõe de nenhum apoio social.
BNC : O que o senhor considera prioritário a Câmara votar nesse início de legislatura de 2021?
Marcelo Ramos: Nós estabelecemos uma agenda prioritária para o país, que inclui a necessidade de aprovar, urgentemente, o Orçamento de 2021. Após isso, vamos discutir a PEC Emergencial, na sequência, a PEC da Reforma Administrativa, e a PEC da Reforma Tributária, para que o Brasil tenha um ambiente de negócios sadio e possa voltar a crescer após a contenção da crise sanitária, que penaliza a todos e, em especial, ao Amazonas.
BNC : A pandemia de coronavírus continua fazendo muitas vítimas em todo o país, especialmente no Amazonas. O senhor é a favor da prorrogação do estado de calamidade pública e a manutenção do Orçamento de Guerra?
Marcelo Ramos: Esse é um debate que só pode ser feito após a aprovação do Orçamento que deve ser prioridade absoluta agora. Vamos instalar a Comissão Mista do Orçamento e correr pra aprovar ainda em fevereiro.
BNC : Há movimentos políticos e sociais em torno do pedido de impeachment do presidente Bolsonaro – 64 ao todo – por conta de sua atuação negacionista na pandemia. Assim como um pedido de CPMI a caminho na Câmara e no Senado. Qual a sua posição sobre esses dois movimentos?
Marcelo Ramos: São legítimos e democráticos [os pedidos de impeachment], mas sou daqueles que acham que não devemos criar ainda mais instabilidade em meio ao drama de uma pandemia e as graves consequências econômicas e sociais decorrentes dela.
BNC : Como o senhor avalia atuação do governo do Amazonas e da Prefeitura de Manaus na gestão da crise pandêmica de coronavírus? Há culpados? Quais ações urgentes o senhor aconselha para crise sanitária no estado?
Marcelo Ramos: Não discutirei culpados antes que todos os amazonenses estejam respirando. Precisamos da mais absoluta transparência de todas as ações, de um esforço enorme para vacinação, além de buscar socorrer empresas e trabalhadores. No momento, prefiro direcionar todas as minhas energias para ajudar na solução dos problemas da saúde em nosso estado. Como já disse, quando todos os amazonenses estiverem em condições de receber oxigênio e um tratamento digno, serei duro em buscar os culpados
Marcelo Ramos: Na sua avaliação, o governo federal ajudou com recursos e equipamentos suficientes para o combate ao coronavírus no estado?
R: Todo mundo ajudou e está ajudando. Agora faltou um planejamento nacional de combate aos efeitos sanitários da pandemia. O negacionismo e o mau exemplo atrapalharam muito o enfrentamento da crise.
BNC : Com o retorno das atividades parlamentares, como a bancada amazonense pode contribuir para minimizar todos esses problemas que vêm ocorrendo no estado?
Marcelo Ramos: A mobilização da nossa bancada no Congresso deve, em função da urgência, no curto prazo, fazer chegar ao nosso estado insumos importantes, como oxigênio, e buscar apoio no sentido de remover pacientes para outros estados que estejam em situação melhor do que a do Amazonas. Isso já está ocorrendo. Há notícias de que a fila por leitos é de 600 doentes. Nosso estado não tem nem profissionais de saúde em quantidade para atender uma demanda tão elevada. Nos médio e longo prazos, devemos atuar na estruturação da rede pública de saúde e na atração de profissionais da área, que são numericamente insuficientes no Amazonas.
BNC : Quais são as suas prioridades de atuação parlamentar em 2021?
Marcelo Ramos: Caso alcancemos nosso objetivo, que é ser eleger o presidente Arthur Lira, comigo na 1º vice-presidência da Câmara, vamos atuar fortemente nas pautas de interesse do nosso estado, como preservar as conquistas da nossa Zona Franca de Manaus, trabalhar pela diversificação do mix de negócios do nosso Polo e atrair indústrias mais voltadas à nossa vocação. Entre elas, a bioindústria, tema sobre o qual que já apresentei projeto de lei, que propõe incentivos da P&D para este setor, e a indústria de softwares. E, não menos importante, seguiremos lutando pela recuperação da BR-319, com algumas ações já definidas, entre elas, a criação de uma Frente Parlamentar Mista em defesa da rodovia, que já começaremos a pôr em prática tão logo sejam retomados os trabalhos na Câmara.
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Foto: Cleia Viana/Câmara dos Deputados