Para o secretário de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM) e delegado da Polícia Federal Sérgio Fontes, se presidiários querem se matar, eles vão se matar.
Tendo o cuidado de ser entendido na afirmação que estava fazendo, Fontes explicou que a frase não poderia ser usada em outro contexto que não fosse ao qual estava se referindo.
O secretário respondia a uma questão dos repórteres sobre a possibilidade da polícia evitar massacres entre presos, como os que ocorreram no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), Ipat e na desativada cadeia pública Vidal Pessoa, nos oito primeiros dias deste ano. Foram mais de 60 mortos.
“É muito difícil fazer uma intervenção ao ponto de se evitar mortes”, disse Fontes, acrescentando que a atuação das unidades Força Tática e Batalhão de Choque, ambas da Polícia Militar, foram bem sucedidas em evitar novas fugas e mortes.
“Ninguém morreu após a entrada do Choque. Não havia como a polícia evitar. A partir da chegada do Batalhão de Choque, a situação foi controlada em 15 minutos”, disse o secretário em entrevista à imprensa nesta tarde de terça, dia 10.
Veja o vídeo com a fala de Fontes:
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Armas no Compaj
Quatro inquéritos foram abertos para apurar os motivos da entrada das armas no Compaj, usadas no massacre de 56 presos no último dia 1º, disse Fontes.
Nesta segunda, o BNC publicou cartas que foram enviadas por presos relatando que armas e outros objetos entravam no Compaj em um esquema de corrupção do subdiretor pela facção Família do Norte (FDN).
Emprego da FN
Fontes afirmou que os 100 policiais da Força Nacional que foram enviados a Manaus serão empregados no monitoramento dos presídios da BR-174, principalmente Compaj e Ipat.
Pela sua explicação, a Força Nacional será a primeira unidade a ser lançada no caso de qualquer anormalidade entre os presos, até que a tropa da Polícia Militar chegue.
O secretário não descartou a possibilidade da FN entrar no presídio em uma eventualidade.
Essa ideia contradiz o que disse o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, ao divulgar nota afirmando que a Força Nacional só atuaria no policiamento, apoio a bloqueios de estradas e no perímetro das penitenciárias.
Itacoatiara, uma tentativa
Fontes disse também que a transferência de presos do PCC para o presídio de Itacoatiara, no interior do estado, foi uma tentativa. “A gente não sabia que eles não seriam aceitos lá. Só soubemos quando chegaram lá. Foi uma tentativa. Se é para manter eles (os presos) em um lugar de risco, onde não teria condições de garantir a segurança, então é melhor ter os presos aqui”.
Esse grupo de 20 presos já foram devolvidos à cadeia pública Vidal Pessoa, onde o policiamento foi reforçado, disse Fontes.
Foto: BNC