O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), é o favorito na disputa pela presidência da Casa Alta. Diz a aliados que sairá vitorioso com mais de 50 votos na quarta-feira (1º/2). O principal adversário, o senador eleito Rogério Marinho (PL-RN), porém, aposta nos indecisos. Afirma ter até 34 votos como garantidos (o que mostra haver senadores prometendo votos aos dois candidatos) e tenta levar o pleito para o 2º turno.
O ex-ministro de Bolsonaro diz não haver jogo ganho e declara a aliados: os indecisos definirão a eleição.
Com voto secreto, haverá traições de ambos os lados.
É eleito no Senado quem recebe a maioria absoluta dos votos (41 senadores). Se nenhum candidato alcança esse número, os 2 mais votados vão para um 2º turno de votação.
É o que pretende Marinho. Ele conta com os votos do terceiro e menos competitivo candidato, o senador Eduardo Girão (Podemos-CE), para esticar a disputa. O feito seria inédito, já que todos os ex-presidentes levaram no 1º turno.
O atual presidente recebeu apoio de seis partidos – seja formal ou tácito. É apoiado por PSD, MDB, PT, União Brasil, PSB e PDT.
A Rede e o Cidadania, com um senador cada, também o apoiam. Mas os dois filiados a essas siglas, Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Eliziane Gama (Cidadania-MA), decidiram trocar de legenda. Vão para o PT e o PSD, respectivamente.
Pacheco articulou mudanças que devem fazer com que o PSD, sua legenda, tenha a maior bancada. Marinho tem três siglas alinhadas à sua candidatura: PL, Progressistas e Republicanos. Podemos e PSDB são vistos como bancadas indefinidas.
Leia mais
No sábado (28/1), ao lançar sua candidatura, Marinho acenou aos partidos de centro. Disse que, se for eleito em 1º de fevereiro, assinará a abertura de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar os ataques do 8 de Janeiro. Ele criticou o atual governo que, segundo ele, antes era favorável às investigações e agora passou a ser contra.
Estratégias
Os dois candidatos mais competitivos traçaram estratégias completamente diferentes nos últimos dias.
Marinho foi ministro do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Com o mote de resgatar o protagonismo da Casa, sua candidatura busca dar sequência às ações de Bolsonaro e do presidente anterior, Michel Temer (MDB).
Na avaliação dele, essas políticas foram responsáveis pela redução do desemprego, observada em 2022. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o desemprego encerrou o ano passado em 8,1% – menor taxa em 7 anos.
Marinho viajou a quase todos os estados e visitou mais de 60 colegas. A prospecção ativa do senador durante os últimos dias foi vista como positiva.
Parte dos colegas de Casa, porém, viu como negativo o movimento da militância virtual bolsonarista de atacar seus pares e cobrar o voto em Marinho de forma incisiva.
Pacheco entregou a articulação em prol da candidatura para o aliado Davi Alcolumbre (União-AP), o que causou desgaste com uma ala do Senado. Com perfil mais discreto, concentrou os esforços na continuidade dos arranjos políticos já acertados com seu grupo. A favor de Pacheco, pesa a cordialidade e a defesa das instituições democráticas.
Leia mais na matéria de MURILO FAGUNDES e NICHOLAS SHORES no portal Poder360
Foto: Brasil de Fato