A ex-juíza e senadora Selma Arruda (PSL-MT) está com o mandato ameaçado pela Justiça Eleitoral. Ela é acusada de ter abusado do poder econômico e de gastos ilícitos na campanha de 2018.
A Procuradoria Regional Eleitoral em Mato Grosso requereu ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MT) a cassação da diplomação da senadora e de seus suplentes, segundo a publicação do Política ao Minuto.
O documento consta das alegações finais da ação de investigação judicial eleitoral, que corre desde outubro.
No caso de cassação, o PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro, perderia um dos quatro senadores eleitos em 2018.
O julgamento da Justiça Eleitoral deverá ocorrer ainda neste mês.
Como ex-juíza, Selma Arruda (foto ) se tornou conhecida nacionalmente por suas decisões contra personagens importantes da política mato-grossense.
Foi ela quem determinou a prisão do ex-governador Silval Barbosa (MDB) e do ex-presidente da Assembleia de Mato Grosso José Geraldo Riva (PSD), conhecido por possuir mais de cem processos.
Tais decisões lhe rendeu o apelido de “Sergio Moro de saias” e a levou a ser a senadora mais votada no estado.
Além da perda do mandato, o procurador regional eleitoral Raul Batista Leite requer ainda a aplicação de sanção de inelegibilidade e, como consequência, que seja realizada nova eleição para o preenchimento de uma vaga de senador em Mato Grosso.
Sigilo quebrado
Para o Ministério Público Federal, as apurações e a quebra de sigilo bancário da senadora e seus suplentes comprovariam que a ex-juíza contraiu despesas de natureza tipicamente eleitoral de, no mínimo, R$ 1.246.256,36, “as quais foram quitadas com recursos de origem clandestina que não tiveram regular trânsito pela conta bancária oficial”, diz trecho do relatório.
Em sua defesa, Selma Arruda diz que os recursos utilizados seriam de um empréstimo de R$ 1,5 milhão que teria feito junto ao seu suplente, Gilberto Possamai (PSL), que teria depositado em sua conta pessoal ainda em abril de 2018, e, portanto, não seria doação de campanha nem caixa dois.
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Foto: Pedro França/Agência Senado