Acesso de Toffoli a dados sigilosos aumenta pressão no Senado por CPI

toffoli, pressao, senado, cpi

Aguinaldo Rodrigues

Publicado em: 14/11/2019 às 18:57 | Atualizado em: 14/11/2019 às 18:57

A decisão do presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, de determinar ao Coaf que lhe desse acesso a todos os relatórios de inteligência financeira produzidos nos últimos três anos atiçou a ala de senadores favoráveis à investigação de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), conhecida como CPI da Lava Toga.

A atitude de Toffoli (foto) só o desgasta cada vez mais no Senado.

Os relatórios têm dados sigilosos de cerca de 600 mil pessoas, conforme revelado pela Folha de S.Paulo nesta quinta-feira (14).

De imediato, o episódio mobilizou os cerca de 40 senadores que integram o grupo pluripartidário Muda Senado, que vão retomar a pressão para instalação de uma comissão parlamentar de inquérito para investigar integrantes do STF, a CPI da Lava Toga.

Senadores lavajatistas vêm, desde o início do ano, tentando instalar a CPI. No entanto, para evitar uma crise institucional, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), conduz esta questão em banho-maria.

A relação dos parlamentares com Toffoli se desgastou mais um pouco na semana passada, quando o voto do presidente do Supremo foi decisivo para barrar a prisão após condenação em segunda instância – levando à soltura do ex-presidente Lula.

Este grupo do Senado, que havia começado a semana com 43 apoios declarados a uma PEC (proposta de emenda à Constituição) para reverter a decisão do STF, chegou a esta quinta-feira informando ter agora 48 nomes, um a menos que o necessário para fazer alterações na Constituição.

A revelação sobre o acesso aos relatórios do antigo Coaf  -rebatizado de UIF (Unidade de Inteligência Financeira)-  agrava ainda mais a relação entre esta ala do Congresso e Toffoli.

“É claramente mais uma ocasião de abuso praticado pelo ministro Dias Toffoli. Não há nenhuma razão para você acessar o sigilo de milhares pessoas, a não ser que você queira criar um banco de dados clandestino com objetivos de manutenção ou reforço depoder”, disse o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE).

Leia mais na Folha

 

Foto: José Cruz/Agência Brasil/arquivo