A atitude do deputado Jeferson Alves (PTB-RR), de romper a corrente na entrada da aldeia dos índios Waimiri-Atroari , na BR-174, foi reprovada pelo Ministério Público Federal (MPF).
E a Câmara de Populações Indígenas e Comunidades Tradicionais do MPF afirmou, em nota pública, nesta segunda-feira, 2, ser “inaceitável” a conduta do parlamentar.
A reportagem é do Estadão que está publicada também no “O Estado de Minas”.
Jeferson cortou, com um alicate e uma motosserra corrente que controlava acesso à rodovia BR-174.
Toda a ação foi gravada e divulgada pelo parlamentar nas redes sociais.
Apoiado por outras pessoas, Jeferson Alves rompeu a corrente dizendo que “nunca mais” a rodovia será fechada.
“Presidente Bolsonaro, é por Roraima, é pelo Brasil, não a favor dessas ONGs que maltratam meu Estado”, afirmou no vídeo.
O acesso pela estrada é controlado durante a noite pelos índios, com restrições de passagem para caminhões.
A terra indígena também está no meio de uma polêmica. Uma linha de transmissão de energia, que passaria pela reserva, ao largo da estrada, está indefinida.
A rodovia corta a Terra Indígena Waimiri Atroari , situada entre Roraima e no Amazonas.
Leia mais
Justiça determina volta de correntes na BR-174 em território indígena
Mau exemplo
Segundo a procuradoria, ações como a do deputado podem “incitar graves conflitos sociais, práticas racistas e violência contra minorias”.
Pode causar ainda, segundo a nota, “depredação do patrimônio público da União, promovendo insegurança jurídica”.
Para o MPF, “o texto afirma que essas situações exigem a devida apuração legal e a responsabilização dos autores”.
E isso já “está sendo providenciado no caso do ataque à Terra Indígena Waimiri Atroari “.
A Procuradoria afirma que “é inaceitável que autoridades públicas se arvorem a fazer justiça com as próprias mãos, desrespeitando as leis e a Constituição da República”.
Leia mais no Estado de Minas.
Foto: SupCom ALE-RR/arquivo