As comunidades indígenas de São Gabriel da Cachoeira receberam, nesta sexta-feira, dia 26, 13 mil cestas básicas enviadas pela ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves.
O desembargue do alimento no porto da cidade acabou com um imbróglio promovido pela própria ministra. Ela declarou no início do mês que as cestas já estavam nas aldeias (na foto, Damares entrega as cestas ao governador Wilson Lima, na Conab, dia 17/6/2020 ).
“Compramos 320 mil cestas básicas de alimentação e, em São Gabriel da Cachoeira, as cestas já chegaram para as comunidades indígenas, permitindo que os índios permaneçam confortáveis em suas aldeias nesse período de pandemia”, disse ela no dia 6 deste mês.
De imediato, a Foirn (Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro), que reúne 700 comunidades de 23 povos indígenas dos três municípios da região, divulgou nota de repúdio contra Damares.
“Nas nossas aldeias aqui em São Gabriel da Cachoeira não recebemos nenhum alimento do governo federal”, afirmou Adão Henrique Baré, diretor da Foirn.
O presidente da entidade, Marivelton Baré, que informou sobre a chegada das cestas no município, diz que a distribuição ficará sob a responsabilidade da Funai (Fundação Nacional do Índio).
Cestas básicas de São Gabriel da Cachoeira estavam na Conab em Manaus
Três meses de atraso
Segundo ele, o alimento chega com quase três meses de atraso. Em abril deste ano, o governo federal havia prometido o envio das cestas da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Por conta da demora, a Foirn e outros parceiros foram obrigados a realizar campanhas para conseguir as cestas.
“Teve na verdade o apoio do governo do estado que mandou duas mil cestas e as demais a gente comprou aqui. Foram distribuídas quase oito mil cestas”, explicou o presidente da Foirn.
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Fotos: Willian Meira/MMFDH/Flickr