Congresso põe interesses de grupos acima da população, acusa Lula

Presidente acusa Motta de quebrar acordo no IOF e justifica recurso ao STF para poder governar.

Congresso põe interesses de grupos acima da população, acusa Lula

Ednilson Maciel, da redação do BNC Amazonas

Publicado em: 02/07/2025 às 11:00 | Atualizado em: 02/07/2025 às 13:06

O presidente Lula da Silva afirmou nesta quarta-feira (2) que o Congresso colocou os interesses de poucos grupos econômicos prevalecem acima da população brasileira. 

Dessa forma, Lula defendeu a decisão do governo de recorrer à Justiça contra a derrubada, pelo parlamento, do decreto que aumentou alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

“Se eu não entrar com um recurso no Poder Judiciário, se eu não for à Suprema Corte, ou seja, eu não governo mais o país. Esse é o problema. Cada macaco no seu galho. Ele [Congresso] legisla, e eu governo”, disse em entrevista à TV Bahia, em Salvador (BA).

“Nós não estamos propondo aumento de imposto, nós estamos fazendo um ajuste tributário nesse país para que os mais ricos paguem um pouco para que a gente não precise cortar dinheiro da Educação e da Saúde. Houve uma pressão das bets, das fintechs, eu não sei se houve pressão do sistema financeiro. O dado concreto é que os interesses de poucos prevaleceram dentro da Câmara e do Senado, o que eu acho um absurdo”,

acrescentou.

Ao mesmo tempo, Lula acusou Hugo Motta, presidente da Câmara, de quebrar acordo que havia sido feito com o Executivo, sobre medidas compensatórias, no IOF.

Segundo a Agência Brasil, a decisão foi anunciada por Motta horas antes da votação, em postagem nas redes sociais, na semana passada.

Assim, para o presidente Lula, essa decisão foi absurda; ainda assim, ele afirma que não há rivalidade com o Congresso.

“O presidente da República não rompe com o Congresso, o presidente da República reconhece o papel que o Congresso tem. Eles têm os seus direitos, eu tenho os meus direitos. Nem eu me meto no direito deles nem eles se metem no meu direito. E, quando os dois não se entenderem, a Justiça resolve”, disse.

“O presidente da República tem que governar o país e decreto é uma coisa do presidente da República. Você pode ter um decreto legislativo quando você tem alguma coisa que fira muito a Constituição, o que não é o caso. O governo brasileiro tem o direito de propor IOF, sim”, defendeu na entrevista.

“Quando eu voltar, eu, tranquilamente, vou conversar com o Hugo, com o [presidente do Senado] Davi Alcolumbre e vamos voltar à normalidade política nesse país”, destacou.

em suma, o governo alegou que o aumento do IOF é necessário para evitar mais cortes em políticas sociais e maiores contingenciamentos que podem afetar o funcionamento da máquina pública.

Além disso, segundo o Ministério da Fazenda, as regras do decreto corrigiam injustiças tributárias de setores que não pagam imposto sobre a renda.

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