O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, disse na quarta-feira, 11, que o Brasil deve viver semanas “duras” após o começo da transmissão comunitária do novo coronavírus.
“Vamos passar por isso. Vai ser duro. Vão ser mais ou menos umas 20 semanas duras”, afirmou Mandetta ao Estadão/Broadcast.
Segundo o ministro, é difícil apontar o momento em que o limite de atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS) será superado pelo avanço da doença, pois o país é “assimétrico”.
“O Rio de Janeiro aguenta muito pouco. São Paulo aguenta um pouco mais. O Paraná é nosso melhor sistema, a melhor rede de distribuição. O Acre não tem nenhum caso. O Brasil é um continente”.
De acordo com o ministro, nessa fase da doença já não é possível identificar quem transmitiu o vírus para quem.
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Portaria de combate
Mandetta publica hoje no diário oficial portaria que regulamenta e operacionaliza medidas de enfrentamento ao coronavírus.
De acordo com a portaria, entre as medidas que poderão ser adotadas para resposta à emergência de saúde pública está o isolamento.
Isso objetiva a separação de pessoas sintomáticas ou assintomáticas, em investigação clínica e laboratorial, de maneira a evitar a propagação da infecção e transmissão local.
Segundo prevê o documento emitido pelo ministério, a medida de isolamento somente poderá ser determinada por prescrição médica ou por recomendação do agente de vigilância epidemiológica.
O prazo máximo é de 14 dias, podendo se estender por até igual período, conforme resultado laboratorial que comprove o risco de transmissão.
No caso de isolamento do paciente com diagnóstico positivo para novo coronavírus, a medida será determinada por ato médico e deverá ser efetuada, preferencialmente, em domicílio.
Mas, pode ser feito em hospitais públicos ou privados, conforme recomendação médica, a depender do estado clínico do paciente, diz ainda a portaria.
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Quarentena
Sobre o estabelecimento de quarentena, é para garantir a manutenção dos serviços de saúde em local certo e determinado.
Isso deverá ser “mediante ato administrativo formal e devidamente motivado” pelos governos ou ministro da Saúde ou superiores em cada nível de gestão.
A quarentena será adotada pelo prazo de até 40 dias, podendo se estender pelo tempo necessário para reduzir a transmissão comunitária e garantir a manutenção dos serviços de saúde no território.
A portaria prevê também que a prorrogação do prazo dependerá de prévia avaliação do Centro de Operações de Emergências em Saúde Pública.
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Recursos
Nesta quarta, durante audiência na Câmara dos Deputados, Mandetta informou sobre a negociação com o Congresso para liberação de até R$ 5 bilhões para ações de enfrentamento ao coronavírus.
O recurso, oriundo de emendas da relatoria da casa, será utilizado na atenção primária e hospitalar para reforçar as ações contra o vírus.
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, disse que o Congresso está à disposição da sociedade para discutir não só leis, mas também questões orçamentárias.
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Atualização dos casos
De acordo com o ministério, até às 16h45 de quarta, subiu para 52 o número de casos confirmados de coronavírus no Brasil.
Desse total, sete são por transmissão local, quando é possível relacionar o doente a um caso confirmado e 45 são importados, ou seja, de pessoas que viajaram ao exterior.
Atualmente, são monitorados 907 casos suspeitos. Outros 935 foram descartados.
Os casos confirmados no Brasil estão divididos em oito estados: Alagoas (1), Bahia (2), Minas Gerais (1), Espírito Santo (1), Rio de Janeiro (13), São Paulo (30), Rio Grande do Sul (2) e Distrito Federal (2).
Fonte: Agência Brasil
Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil