A CPI da covid aprovou nesta quarta-feira (30) a realização de uma nova oitiva com o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF).
O deputado, pivô das denúncias sobre irregularidades e indícios de corrupção na aquisição da vacina indiana Covaxin, prestou depoimento à comissão na última sexta-feira (25).
Em entrevistas nos dias seguintes, ele disse ser alvo de ameaças e ressaltou que poderia dar mais informações em uma sessão secreta.
Os senadores decidiram, então, ouvi-lo em uma sessão reservada . O depoimento, de acordo com o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), será na próxima terça-feira (06).
Medo de atentado
“Tendo em vista a gravidade das denúncias, o deputado já externou preocupação com a sua integridade física e de sua família. Esta comissão já solicitou, inclusive, proteção ao deputado à Polícia Federal e à Polícia Legislativa do Senado Federal”, escreveu o vice-presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), no pedido de nova audiência.
“O próprio deputado também solicitou proteção policial. Ademais, o deputado tem recebido inúmeras ameaças. Essa situação justifica a oitiva do deputado em reunião secreta desta Comissão Parlamentar de Inquérito”, prossegue o requerimento.
Segunda reunião secreta
Essa é a segunda vez que a CPI aprova uma reunião secreta para colher depoimentos.
Já foi aprovada uma nova oitiva, dessa vez a portas fechadas, com o ex-governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel.
O presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), afirmou nesta quarta que a audiência com o ex-governador será na próxima sexta-feira (09).
Novas convocações
A CPI também aprovou nesta quarta-feira uma série de convocações de pessoas envolvidas em supostas fraudes na aquisição de vacinas, entre elas a do líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR), e a do agora ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Dias.
A convocação dos dois acontece após depoimento dos irmãos Miranda à CPI. Segundo eles, houve pressão pela liberação da vacina indiana Covaxin, embora a área técnica do Ministério da Saúde tenha constatado irregularidades no contrato.
Pressão pela liberação
A suposta pressão e os indícios de fraude foram, segundo esse depoimento, relatados ao presidente Bolsonaro, que teria atribuído o caso ao deputado Ricardo Barros. Bolsonaro confirma ter se reunido com os irmãos, mas nega que eles tenham feito essas denúncias.
Apontado como um dos que pressionaram pela liberação da Covaxin, Roberto Dias foi exonerado na noite desta terça-feira (29), após o jornal “Folha de S. Paulo” publicar entrevista com o representante da Davati Medical Supply no Brasil, Luiz Paulo Dominguetti.
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Ao jornal, o empresário disse que o diretor da Saúde pediu propina de US$ 1 por dose da vacina AstraZeneca para a empresa assinar contrato com o ministério.
De acordo com o presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), Roberto Dias será ouvido na próxima quarta-feira (7) e Ricardo Barros na quinta-feira (8).
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Foto: Reprodução/Senado