Os enterros em massa no Brasil preveem consequências danosas ao meio ambiente. Elas virão no médio e longo prazo por falta de cemitérios planejados.
Este é um dos pontos destacados por entendidos no assunto diante da alta letalidade causada pelo coronavírus (covid-19).
Nesta semana, o número de mortes ultrapassou os 300 mil.
Os impactos ambientais e transmissão de doenças para quem vive perto dessas áreas ou trabalha ali estão a caminho.
Há anos, estudiosos – como geólogos, engenheiros ambientais e especialistas em saúde pública – alertam para a necessidade de avaliar os impactos ambientais dos cemitérios brasileiros.
Corpo encharcado
No artigo “Cemitérios: fontes potenciais de impactos ambientais”, a geógrafa Rosiane Bacigalupo destaca que, após o óbito, cada corpo decomposto libera em torno de 30 a 40 litros de necrochorume.
“É um neologismo (criação de palavra) conhecido técnica e cientificamente por produto da coliquação, criado por analogia ao chorume dos resíduos orgânicos dos aterros”, explica.
É possível definir o necrochorume como uma solução viscosa, composta em sua maior parte por água, rico em sais minerais e substâncias orgânicas degradáveis.
Sua formação se dá em virtude do processo de decomposição.
De acordo com o professor Alberto Pacheco, da Universidade de São Paulo (USP), um dos principais estudiosos do tema e fonte para a maior parte das pesquisas na área, “os cemitérios são um risco potencial para o ambiente”.
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Foto: Marcio James/Semcom/Fotos Públicas