Ianomâmis: Damares em comissão é afronta a direitos humanos

A atual senadora é ainda alvo de representação do Psol por crimes ambientais, prevaricação e genocídio no Conselho de Ética do Senado por sua responsabilidade na crise entre os indígenas.

Diamantino Junior

Publicado em: 02/03/2023 às 14:06 | Atualizado em: 02/03/2023 às 14:06

Em matéria publicada no portal UOL, o jornalista de Jamil Chade mostra a preocupação do ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, com a candidatura da senadora Damares Alves (Republicanos-DF) para um lugar na comissão que que monitora a crise humanitária dos ianomâmis em Roraima.

Segundo a reportagem, a ex-ministra afirmou que pode “colaborar muito”.

“A comissão com mais senadores trará um relatório mais imparcial e mais completo”, afirmou ela.

Para o atual ministro, o gesto revela que existem problemas institucionais e que tal presença geraria “muita apreensão”.

Silvio Almeida acredita que seja o Poder Legislativo que deva olhar com atenção para o caso. “Estamos muito preocupados”, disse, em coletiva de imprensa em Genebra, onde participa de reuniões na ONU.

Mas ele adianta que o governo brasileiro irá divulgar na próxima semana as conclusões das investigações que realizou sobre a situação do povo ianomâmi.

O documento servirá como base para eventuais ações a responsabilização. “Vamos demonstrar o que foi feito e o que não foi feito”, apontou.

Ainda no mês passado, num documento preliminar, o Ministério dos Direitos Humanos revelou as omissões da gestão anterior e como a pasta de Damares Alves negou decisões que tinham sido recomendadas. Agora, depois da visita de missões para os locais, um novo documento será divulgado.

Segundo Silvio Almeida, o governo encontrou documentos da gestão de Damares que seriam comprometedores.

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O governo Bolsonaro sabia, pelo menos desde 2021, que os ianomâmis vinham sofrendo com desabastecimento de alimentos e ignorou pedidos da Defesa Civil de Roraima por assistência.

A atual senadora é ainda alvo de representação do Psol por crimes ambientais, prevaricação e genocídio no Conselho de Ética do Senado por sua responsabilidade na crise entre os indígenas.

Foto: Geraldo Magela/Agência Senado