Lula sofre derrota de 7 a 0 no STJ em recursos contra a Lava Jato

Os recursos pediam a revisão de decisões do STJ, que havia negado anteriormente os pedidos da defesa.

21/10/2020 00:00

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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teve sete recursos rejeitados hoje (20) pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). O resultado saiu da sessão da 5ª Turma do tribunal e se refere a processos no âmbito da Lava Jato.

Os recursos pediam a revisão de decisões do STJ, que havia negado anteriormente os pedidos da defesa, de acordo com o UOL.

Nos recursos, embargos de declaração em ações de habeas corpus, a defesa de Lula pedia a suspeição de várias pessoas.

Entre os suspeitos para Lula estão dois desembargadores e um delegado da Polícia Federal. Além desses, um procurador regional da República. Todos atuam, contudo, nos processos da Lava Jato contra o petista.

Assim sendo, a suspeição, se concedida, impediria as autoridades de atuar nas ações.

Os advogados do ex-presidente também questionavam a legalidade das provas apresentadas pela Odebrecht. Entre as provas, entretanto, estão os registros do sistema de pagamento de propina da empreiteira.

Diálogos ilegais

Em outro recurso, era pedido acesso aos diálogos entre procuradores e o ex-juiz Sergio Moro. Os diálogos foram obtidos, porém, de forma ilegal por hackers que foram alvo da Operação Spoofing.

A defesa argumenta, no entanto, que os diálogos podem provar a parcialidade na atuação contra Lula do ex-juiz e dos procuradores.

Por fim, havia ainda um recurso que reclamava do julgamento em sessão virtual de um pedido da defesa. Esse recurso também foi negado pelo STJ.

Lula se diz inocente

O ex-presidente Lula tem negado o envolvimento em qualquer irregularidade e afirma que vai provar na Justiça sua inocência.

O petista foi condenado nos processos da Lava Jato do tríplex de Guarujá (SP) e do sítio de Atibaia (SP).

O processo sobre o terreno para o Instituto Lula, também ligado à operação, ainda não foi julgado em primeira instância.

O advogado Cristiano Zanin Martins, defensor do ex-presidente, afirma que os primeiros julgamentos dos recursos pelo STJ deveriam ser anulados, pois a defesa não pôde estar presente à sessão.

Esse argumento é objeto de um recurso apresentado ao STF (Supremo Tribunal Federal), que ainda não foi julgado.