Parlamentares admitem dificuldades de aprovar reforma política

Publicado em: 26/07/2017 às 12:20 | Atualizado em: 26/07/2017 às 13:59
Senadores e deputados voltam do recesso parlamentar em 1º de agosto com o desafio de ter as propostas de reforma política votadas nas duas Casas até setembro.
Se forem votadas depois desse prazo, as novas regras não poderão entrar em vigor nas eleições do ano que vem.
Além do financiamento de campanha, três pontos destacam-se na reforma política negociada entre Câmara e Senado: novas regras para a escolha de vereadores e deputados, fim das coligações nas eleições proporcionais e cláusula de barreira para o funcionamento dos partidos.
Para o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP/foto), a denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal contra o presidente Michel Temer pode comprometer o calendário de votações na Câmara.
“Acho conturbado. É delicado porque ainda temos uma, e depois mais duas denúncias, contra o presidente da República para serem apreciadas pela Câmara. O tempo vai ficar muito apertado. Precisaríamos de um grande acerto entre Câmara e Senado para aprovar alguns pontos mínimos de consenso da reforma”, afirmou.
“Não vai dar tempo. Até setembro, não vai dar para fazer uma reforma eleitoral consistente. Talvez sejam aprovadas uma ou duas questões pontuais. Por exemplo: o distritão, que vai deixar na cabeça do eleitor a certeza de que aquele deputado mais votado vai ser eleito”, disse o líder do PMDB no Senado, Raimundo Lira Lira (PB) .
Segundo o senador José Agripino (DEM-RN), não há como não votar a reforma política.
“Não interessa clima desfavorável. Você vai ter que montar um esquema de votação compulsório, porque, se não, você não tem eleição com regras definidas. Não interessa negócio de clima. Interessa que você vai ter que votar. Não tem plano B: ou vota, ou vota”, afirmou.
Financiamento
A expectativa é que a Câmara vote em agosto o relatório do deputado Vicente Cândido (PT-SP) em uma comissão especial e também no plenário da Casa.
O relator propõe a criação de um fundo de R$ 3,5 bilhões para bancar as eleições do ano que vem.
Nos anos seguintes, o Fundo Especial de Financiamento da Democracia seria de R$ 2 bilhões.
Fonte: Agência Brasil
Foto: Agência Senado