PP e PL lideraram indicações do orçamento secreto

Presidente da Câmara, Arhtur Lira foi um dos principais beneficiado com emendas do orçamento secreto. Mais de R$ 2 bilhões saíram dos cofres públicos por indicação de deputados e senadores progressistas

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Mariane Veiga

Publicado em: 14/05/2022 às 11:32 | Atualizado em: 14/05/2022 às 11:43

Duas siglas consideradas expoentes do chamado Centrão – o PP e o PL – despontam entre os partidos cujos integrantes foram mais beneficiados pelas emendas do relator nos anos de 2020 e 2021.

Atual legenda do presidente da República, Jair Bolsonaro, o PL teve o poder de decidir o destino de aproximadamente R$ 1,6 bilhão pagos sob rubrica de RP9.

Entretanto, foi ao PP que coube a liderança. Mais de R$ 2 bilhões saíram dos cofres públicos por indicação de deputados e senadores progressistas.

Os números fazem parte de um levantamento do Congresso em Foco com base em documentos apresentados pelo Senado ao Supremo Tribunal Federal (STF) no último dia 9 de maio.

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As RP9, ou emendas do relator, passaram a ser chamadas de emendas do orçamento secreto diante da falta de transparência sobre os critérios de repasse. Tanto os nomes dos parlamentares responsáveis pelas indicações, quanto o destino desse dinheiro era mantido sob sigilo.

No ano passado o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou a adoção, pelo Congresso, de medidas de transparência sobre essas emendas, bem como o envio à Corte de informações relativas às RP9, algo que ocorreu apenas este mês.

Apesar da determinação, a soma das rubricas apresentadas nos documentos do Senado à Corte é de cerca de R$ 11 bilhões. Apenas um terço dos R$ 36,4 bilhões liberados via orçamento secreto nos dois anos em questão.

Progressistas

A aliança com o PP pode ser lida como estratégica para o Palácio do Congresso Nacional. Atualmente a sigla detém a terceira maior bancada da Câmara com 52 deputados federais – antes da janela partidária tinha 38 membros.

Entre eles está o presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (AL), que figura no ranking dos parlamentares que indicaram maiores valores dentro das RP9: cerca de R$ 357 milhões nos últimos dois anos.

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Foto: Reprodução