O senador Renan Calheiros (PMDB-AL) será investigado em mais um inquérito por suposto envolvimento com esquema de corrupção que agia no fundo de pensão dos funcionários dos Correios, o Postalis.
Renan responde a 17 inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF) até o momento.
O ministro Luís Roberto Barroso, do STF, acolheu pedido da Procuradoria Geral da República (PGR) e autorizou abertura de inquérito.
Barroso deu 60 dias para a Polícia Federal (PF) investigar o caso.
Ao G1, a assessoria de Renan Calheiros afirmou que as suspeitas levantadas contra o senador do PMDB são “uma história requentada” e mais uma acusação “sem provas” do procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
“O ministro Teori [Zavascki, ex-relator da Lava Jato no STF] devolveu uma denúncia contra mim considerando-a inepta, e outra já foi arquivada. Essa também será porque nunca tive lobista ou operador. Nunca autorizei que falassem em meu nome em nenhum lugar, muito menos na Postalis”, ressaltou Renan por meio de sua assessoria.
Empresa de fachada
O parlamentar peemedebista é acusado de ligação com um esquema de compra de papéis de empresas de fachada que seriam administradas por Milton Lyra, apontado como operador político de senadores do PMDB e, segundo a PGR, “muito ligado ao senador Renan Calheiros”.
Ex-presidente do Senado, Renan já é alvo de denúncia na Lava Jato por suspeita de envolvimento com irregularidades na Petrobras e na Transpetro, subsidiária da estatal do petróleo.
Ao todo, ele responde a 17 inquéritos no Supremo, sendo 13 na Lava Jato.
Renan também é réu em uma ação penal no STF por suspeita de desvio de dinheiro público.
Falsa informação
O peemedebista é acusado de prestar informações falsas ao Senado, em 2007, ao tentar comprovar ter recursos suficientes para pagar a pensão de uma filha que teve com a jornalista Mônica Veloso.
À época, havia a suspeita de que a despesa era paga por um lobista da construtora Mendes Júnior.
No despacho no qual autorizou o Ministério Público a investigar as acusações contra o senador alagoano, Barroso afirmou que algumas das operações feitas por Milton Lyra no Postalis consistiam na criação de empresas com o objetivo de emitir debêntures que seriam integralmente adquiridas pelo fundo de pensão dos servidores dos Correios.
Fonte: G1
Foto: Agência Senado