A professora Duda Salabert, 37 anos, não aguentou a discriminação que vem sofrendo dentro do Psol mineiro por ser travesti. O partido se defende. Ela foi candidata ao Senado, em 2018, e obteve 1,99% dos votos válidos ou 351.874 eleitores. As informações são do site EM .
De acordo com o mesmo site, Duda anunciou que será mãe neste ano com sua companheira, com quem vive há sete anos.
Primeira candidata travesti ao Senado nas eleições do ano passado, Duda (foto ) anunciou sua desfiliação por meio das redes sociais.
Ela ficou em oitavo lugar na disputa que teve 15 candidatos para duas vagas.
“Deixo o Psol por não concordar com a transfobia estrutural do partido”, afirmou a professora.
A psolista disse ainda que sua discordância com o partido não se retringe à transfobia.
“Enquanto vegana, ambientalista e defensora dos direitos dos animais, não posso aceitar que a luta para difundir o respeito às vidas de todos animais fique em segundo plano”, protestou.
Duda não informou se irá se filiar a outro partido. Disse apenas que continuará sua militância política.
“Deixo o partido, mas continuo meu ativismo por uma sociedade mais justa, mais igualitária e mais democrática”, escreveu em sua conta no Instagram.
Nota do Psol
A executiva municipal do Psol divulgou nota comentando a desfiliação de Duda Salabert. Leia abaixo:
“É com tristeza que recebemos o pedido de desfiliação da companheira Duda, que foi nossa candidata ao Senado. Discordamos com os motivos apresentados, nosso partido é, todos os dias, um instrumento de combate a desigualdade, ao racismo, machismo, homofobia e transfobia, em que pese as manifestações estruturais de nossa sociedade, da qual não estamos imunes. Seguiremos, com certeza, na mesma trincheira de oposição ao Bolsonaro.
Reafirmamos o compromisso com o enfrentamento cotidiano a essas práticas. Como já informado internamente, mantemos para o dia 24 de abril às 19h, reunião da setorial LGBTIQA+ do PSOL BH para discutir o caso Indianare”.
Perfil
Professora há 18 anos, Duda é militante e atuante das causas sociais. Ela é uma das idealizadoras da ONG Transvest, projeto artístico e pedagógico para combater a transfobia e incluir travestis, transexuais e transgêneros na sociedade. Recentemente, ela criou também o Coletivo Transformar.
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Foto: Reprodução/Redes sociais