Mais um vez, sorrateiramente, o presidente Jair Bolsonaro usou subterfúgios de covardia para cravar até o fim a punhalada que aplicou na Zona Franca de Manaus, usando IPI como arma.
Assim como no dia 25 de fevereiro , véspera do feriado de Carnaval, Bolsonaro, agora, véspera de feriado da Sexta-Feira Santa, concluiu o ataque.
Ele age assim, com o Congresso fechado e a folga das pessoas, para evitar repercussões.
É que ontem, em edição extra do Diário Oficial da União , no fim do dia, o presidente publicou novo decreto mortal para a economia do Amazonas. Este torna permanente a redução de 25% do Imposto sobre Produtos Industrializados, confirmando o ato de 25 de fevereiro.
A medida prejudica a ZFM porque tira a competitividade dos bens produzidos no Polo Industrial de Manaus.
Bolsonaro foi avisado do problema que causaria ao Amazonas ainda em fevereiro. Depois, decretou a redução do IPI, mas foi pressionado e prometeu ajustar o ato , protegendo os produtos fabricados no PIM.
Mas, ao invés disso, Bolsonaro acentuou a punhalada. Isso porque a tabela do tributo, antes temporária, agora é permanente.
Pior de tudo é que no início desta semana, o presidente antecipou que prepara uma nova medida de redução de IPI. Falou isso em entrevista ao jornal O Liberal, de Belém.
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