Senadora acusa Braga de pedir ajuda a Moro para garantir maioria
Renan Calheiros (MDB-AL), que vai liderar o bloco por dois anos, disse que MDB e União Brasil foram vítimas do “fogo amigo” de PSD, PT e PSB, formado por 28 senadores, que os excluíram da formação de um bloco.
Iram Alfaia, do BNC Amazonas em Brasília
Publicado em: 08/02/2023 às 18:34 | Atualizado em: 08/02/2023 às 18:35
A base aliada do presidente Lula da Silva (PT) no Senado vive um quiproquó. Tudo por conta da disputa pela liderança da maioria na casa, que ficou sob o comando do bloco MDB, União Brasil, Podemos, PSDB, PDT e Rede, formado por 31 parlamentares.
Na disputa, sobrou para o senador Eduardo Braga (MDB-AM), que foi acusado de articular com opositores de Lula, entre os quais Sérgio Moro (União Brasil-PR), para garantir a formação do bloco.
Renan Calheiros (MDB-AL), que vai liderar o bloco por dois anos, disse que MDB e União Brasil foram vítimas do “fogo amigo” de PSD, PT e PSB, formado por 28 senadores, que os excluíram da formação de um bloco.
“MDB e UB foram furados pelo Diário do Congresso com o bloco PT/PSB e PSD, que iria pra liderança da maioria. As negociações envolviam um único bloco. A alternativa ao fogo amigo foi criar outro bloco com 31 senadores (MDB, União Brasil, Podemos, PDT, PSDB e Rede), já publicado”, postou o senador na rede social.
Contudo, a senadora Eliziane Gama (PSD-MA) acusou Braga de ter descumprido um acordo inicial.
“Furo foi do MDB que fez acordo com a presença do líder Eduardo Braga e não cumpriu, foi pedir ajuda a Sérgio Moro para garantir a maioria”, escreveu no Twitter a senadora.
De acordo com ela, o MDB, antigo alvo e adversário histórico da operação Lava Jato, precisou do ex-juiz para atrair o Podemos para seu bloco.
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Braga respondeu à senadora: “Algumas pessoas pensam que todas agem como elas. Não é assim. A construção de um bloco se faz com verdades e convergências. Democracia é, acima de tudo, respeitar opinião contrária”.
Eliziane rebateu: “Braga, sua fala é bonita pra fora, fica bonitinho para a plateia. Me diga, sem enrolação… vc como líder do MDB, concordou ou não na reunião que fizemos de que a maioria ficaria com o maior partido do senado? No caso o PSD. Seja claro e diga a verdade, Vc falou? SIM ou NÃO?”.
O líder do PSD, Otto Alencar (BA), disse ao Poder 360 que o grupo composto com PT e PSB teve o “cuidado” de não incluir no bloco “essas figuras que não apoiam o governo” –referindo-se a senadores como Moro e Alan Rick (RO), do União Brasil, e Eduardo Girão (CE) e Marcos do Val (ES), do Podemos.
Foto: BNC AMAZONAS