O presidente do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJ-AM), desembargador Yêdo Simões, afirmou que as eleições não mudarão os rumos da Lava Jato , maior operação de corrupção e lavagem de dinheiro do Brasil.
A declaração foi dada aos jornalistas Ronaldo Tiradentes e Neuton Corrêa nesta quinta-feira, dia 26, durante o programa “Manhã de Notícias”, na rádio 89,7 FM.
O magistrado comentava o posicionamento do juiz Sergio Moro, dado ao jornal O Estado de S. Paulo , em que temia que o processo eleitoral trouxesse “risco de retrocesso” no combate à corrupção.
“A dúvida é o que vai acontecer daqui para a frente. Vamos retomar aquela tradição de impunidade ou isso representou uma quebra significativa? Nessa perspectiva existe sempre um risco de retrocesso em relação a esses avanços”, disse o juiz da Lava Jato, no Fórum Estadão realizado hoje em São Paulo.
Para Yêdo esta é uma preocupação localizada e o Poder Judicário, o governo e a sociedade estão unidos no combate à corrupção.
“É um projeto não só do governo, mas de toda a sociedade. Nosso país não pode mais conviver com esta situação. Penso que a eleição não vai mudar o rumo da Lava Jato. Acho que isso é uma preocupação localizada, de determinado seguimento, ou de alguém que tem esse posicionamento como futurismo. Nessa caminhada nossa [contra a corrupção] não há mais recuo”, afirmou o presidente do TJ-AM.
Dificuldades amazônicas
Falando especificamente do Amazonas, Yêdo destaca que o isolamento dos municípios dificulta o julgamento dos processos, mas que a Justiça tem feito a sua parte.
“É muito difícil julgar esse tipo de processo, principalmente no Amazonas. Nossos municípios [estão] localizados no meio da floresta. Um prefeito ou um presidente de Câmara de um município, quando ele perde a eleição, ele não fica no município. Então muitas vezes é difícil localizá-lo, as testemunhas são difíceis de alcançar. Mas o Judiciário faz o seu papel. A meta é de celeridade de todos os processos. Independentemente da eleição, eu não acredito que haja uma mudança de rumo na Operação Lava Jato porque o Judiciário está unido no combate à corrupção”, reiterou.
Assista a entrevista completa no BNC Play.