Advogada ofendida: juiz do TJ-AM Ă© censurado pelo CNJ por omissĂ£o
O CNJ censurou magistrado por nĂ£o agir diante de ofensa de um promotor a uma advogada. A puniĂ§Ă£o serĂ¡ registrada e pode ter efeitos futuros.

Publicado em: 13/02/2025 Ă s 13:03 | Atualizado em: 13/02/2025 Ă s 18:39
Por decisĂ£o do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), um juiz do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJ-AM) foi censurado por sua conduta durante um jĂºri em que um promotor de Justiça comparou uma advogada a uma cadela. A decisĂ£o foi proferida na Ăºltima terça-feira (11/2).
O caso ocorreu em 2023 e ganhou repercussĂ£o apĂ³s a divulgaĂ§Ă£o de um vĂdeo nas redes sociais. Nele, o promotor Walber Nascimento declarava que, no quesito lealdade, nĂ£o poderia comparar a advogada Catharina Estrella a uma cadela, pois “o animal seria mais leal”.
ApĂ³s a repercussĂ£o negativa, o promotor foi afastado pela Corregedoria Nacional do MinistĂ©rio PĂºblico e, posteriormente, se aposentou.
Segundo a conselheira Renata Gil, relatora do caso no CNJ, o juiz foi omisso e nĂ£o tomou medidas diante das declarações ofensivas.
Ela destacou que o magistrado permitiu as intervenções do promotor, mas ignorou os pedidos da advogada, infringindo a Lei OrgĂ¢nica da Magistratura, o CĂ³digo de Ética da Magistratura e o Protocolo para Julgamento com Perspectiva de GĂªnero.
“O juiz nĂ£o Ă© um item de decoraĂ§Ă£o, uma Ă¡rvore, algo estanque que sĂ³ observa o que estĂ¡ acontecendo”, afirmou a relatora, ressaltando a necessidade de aplicaĂ§Ă£o do protocolo por toda a magistratura e o sistema de Justiça.
Embora o magistrado jĂ¡ esteja aposentado por invalidez, a puniĂ§Ă£o serĂ¡ registrada em seus assentamentos e terĂ¡ efeitos prĂ¡ticos caso ele retorne Ă ativa. AlĂ©m disso, o CNJ informou que vai notificar o Conselho Nacional do MinistĂ©rio PĂºblico (CNMP) sobre a decisĂ£o.
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Fotos: G. Dettmar/Ag. CNJ