Um conjunto de organizações da sociedade civil entregou um estudo ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) com o objetivo de levar serviços essenciais como água potável, energia regular e internet estável a pelo menos 5.000 localidades na Amazônia até 2025.
Durante um encontro em Brasília, na quarta-feira (16), o documento intitulado “Mapa de Caminhos” foi entregue à diretora do BNDES, Tereza Campello, ao superintendente de Meio Ambiente do banco, Nabil Kadri, e ao senador Beto Faro (PT-PA).
De acordo com Caetano Scannavino, coordenador da Saúde & Alegria, uma ONG que atende populações vulneráveis do Tapajós (PA), cerca de um milhão de pessoas na região amazônica vivem sem acesso a água, energia e internet.
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O objetivo é resolver esse desafio até 2025, coincidindo com a COP30, a conferência de mudanças climáticas da ONU, em Belém (PA). Scannavino enfatiza que esses serviços são direitos fundamentais e seu fornecimento tem um impacto positivo na economia local e na qualidade de vida da população.
O fornecimento inadequado de água e energia elétrica na Amazônia é evidenciado por dados do IEMA (Instituto de Energia e Meio Ambiente), que indicam que quase um milhão de pessoas ainda não têm acesso a eletricidade.
Vinícius Oliveira, especialista em energia do Instituto, ressalta que as políticas públicas muitas vezes não alcançam a região amazônica, deixando povos excluídos de seus direitos básicos.
Acesso à água limpa também é um problema crítico, e a importância disso para a saúde foi reconhecida pela secretária nacional de Segurança Alimentar e Nutricional do MDS, Lilian Rahal.
Além disso, a falta de conexão à internet é uma questão na Amazônia, onde cerca de 5.000 localidades ainda não possuem banda larga estável, de acordo com a Anatel.
As propostas apresentadas ao BNDES foram elaboradas pelo grupo Energia e Comunidades, que é composto por organizações da sociedade civil como a CONAQ (Coordenação Estadual das Comunidades Negras, Rurais e Quilombolas) e o CNS (Conselho Nacional de Seringueiros), entre outras.
Os membros da rede esperam que o BNDES e o governo federal se envolvam em ações concretas para resolver esses problemas.
O BNDES respondeu que avalia todos os projetos recebidos pelo Fundo Amazônia, incluindo o plano apresentado, considerando requisitos técnicos e jurídicos antes de tomar decisões.
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