O sistema de saúde da Prefeitura de Manaus registrou, nos últimos dois meses, 309 casos confirmados da gripe influenza na capital até esta segunda (13). Comparado com o ano passado, a cidade está sofrendo um surto.
Conforme a Secretaria de Saúde (Semsa), a maior incidência é na faixa etária de 21 a 30 anos, com 113 casos.
Entre os idosos de 60 anos e mais, e crianças de até 5 anos, que estão nos grupos prioritários e receberam a imunização contra a doença, o número de casos foi de 12 em cada.
Dessa forma, para se ter melhor ideia do que representa a situação atual, a Semsa diz que fez neste ano, de 13 de outubro a 13 de dezembro, 2.726 coletas para exames em pacientes sintomáticos.
Como resultado, a Semsa confirmou 309 casos como gripe influenza. Em 2020, em 427 testes, todos negativos.
Conforme a secretária de Saúde, Shádia Fraxe, o período chuvoso é altamente propício à ocorrência de síndromes gripais.
Por isso, ela recomenda que o doente fique em repouso, procure se alimentar e ingerir líquidos, além de evitar contato com outras pessoas em ambientes fechados e aglomerados.
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Síndromes gripais
Desse modo, as síndromes gripais se caracterizam por uma infecção viral aguda que afeta o sistema respiratório.
O paciente pode apresentar febre alta de início súbito, acompanhada por intensas dores musculares e articulares, dor de cabeça, dor de garganta e coriza.
Dessa maneira, os sintomas podem evoluir para falta de ar e outras complicações respiratórias.
As pessoas que possuem algum fator de risco para complicações ou alguma imunodeficiência têm um risco maior e podem apresentar complicações respiratórias associadas à infecção viral.
A transmissão da gripe acontece de pessoa a pessoa, ao falar, tossir, espirrar, principalmente, e pelas mãos que transmitem o vírus por contato direto ou contaminando a superfície e objetos.
Público de maior risco
Nesse sentido, a população indígena, gestantes, puérperas, crianças menores de dois anos e idosos estão no público de maior risco.
Assim como pessoas que apresentam condições como pneumopatias (incluindo asma), doenças cardiovasculares, doenças hematológicas, distúrbios metabólicos, transtornos neurológicos e do desenvolvimento que possam comprometer a função respiratória, imunossupressão, obesidade, doenças renais e do sangue.
O diagnóstico de Influenza só é possível com a coleta de amostra de nasofaringe, exame que se indica apenas para pacientes internados.
Em uma consulta médica, o profissional de saúde pode dar o diagnóstico clínico de uma síndrome gripal.
A medicação específica para tratamento das síndromes gripais é o tamiflu, disponibiliza-se gratuitamente pelo SUS, que pode ser retirado em hospitais públicos e em 23 UBS da Semsa, com prescrição médica simples em duas vias.
É preciso apresentar documento de identificação e cartão do SUS. O antiviral não se vende em farmácias.
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Resultados da campanha
Este ano, a campanha de vacinação contra a influenza teve início no dia 12 de abril, estendo-se até agosto.
A meta era imunizar cerca de 642.003 pessoas de 17 grupos prioritários em Manaus, sendo gestantes, mães no pós-parto até 45 dias (puérperas), crianças de 6 meses a 6 anos, povos indígenas; trabalhadores da saúde; idosos com 60 anos ou mais; e outros.
A Semsa aponta que apenas em dois grupos – puérperas (109,60%) e indígenas (93,17%) – as metas foram alcançadas.
Portanto, nos grupos restantes não foram alcançados os 90% preconizados pelo Ministério da Saúde.
Foto: Marcely Gomes/Semcom