Amazonas Energia, fonte de prejuízo que pode acabar em liquidação

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Aguinaldo Rodrigues

Publicado em: 21/10/2018 às 23:07 | Atualizado em: 21/10/2018 às 23:07

A recusa do projeto de lei do governo federal pelo Senado para venda da concessão e da própria empresa Amazonas Energia pode apontar um caminho desastroso, o da liquidação, e um prejuízo bilionário para os cofres públicos.

Dando mostras há muito tempo que não tem condições de prestar o serviço público, sujeitando a população amazonense a constantes apagões e sofrimento no calor amazônico na faixa dos 40 graus, a empresa do grupo Eletrobrás, uma estatal federal, acumula nos últimos anos uma dívida que pode chegar a R$ 17 bilhões.

Nesse valor estão incluídas, entre outras, dívidas com fornecedor de combustível e, principalmente, com o consumidor, de quem a Amazonas Energia cobrou a mais na conta mensal durante anos.

Para que continue operando até dezembro, quando não mais terá a concessão para continuar explorando o serviço, a Amazonas Energia terá consumidor de 4 a 5 bilhões de reais.

Caso não consiga vender a empresa, em leilão antes marcado para o próximo dia 25, o governo pode partir para a dissolução da Amazonas Energia. Essa é medida que significa liquidação, que traz demissão de funcionários e mais falta de luz.

E nesse caso, deixará para a Eletrobrás, leia-se erário público, um prejuízo de cerca de R$ 13 bilhões, que é o que o grupo pode arcar, estima o governo.

Daí o interesse maior da Eletrobrás em se livrar das seis distribuidoras que controlava, quase todas na região Norte. Quatro delas já foram vendidas, e restam a do Amazonas e a de Alagoas.

 

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Governo aponta a liquidação

Se não houver condições de transferir o controle dessas duas para investidores privados, “o caminho natural é a dissolução das companhias”, segundo o Ministério do Planejamento. A liquidação das empresas implicará a demissão de seus empregados e trará o risco de suspensão dos serviços.

Na opinião do Estadão, “a decisão do Senado torna ainda mais grave um quadro que já era muito difícil”.

 

Foto: Reprodução/TV