O ex-procurador-geral da República, Claudio Fonteles, enviou uma carta apontando que o PGR (Procurador-geral da República), Augusto Aras, ao não agir, tem favorecido o presidente Jair Bolsonaro “ou pessoas que lhe estão no entorno de marcada confiança”, como seus filhos.
A carta é assinada por outros três ex-subprocuradores e um juiz aposentado. Fonteles foi nomeado procurador-geral da República pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de 2003 a 2005.
Seu mandato iniciou a prática de que o presidente da República indique um dos três nomes mais votados para ocupar o cargo máximo no MPF (Ministério Público Federal).
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Logo no início, o documento traz as atribuições que devem ser cumpridas pelo MPF, mas que para o grupo não tem sido feitas por Aras, “deixando de agir, ou agindo com deliberada tibieza e tergiversação em determinados casos”.
Como exemplo, os ex-procuradores citam as investigações contra o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), onde a Abin (Agência Brasileira de Inteligência) teria elaborado orientações para auxiliar a defesa do filho do presencial. “Ora, por que o Dr. Antônio Augusto Brandão Aras, até hoje, passados quase 4 meses, nada fez?”, questiona o grupo.
Além disso, o documento aponta o caso do ex-ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, que estaria envolvido em um suposto caso de exportação ilegal de madeira.
Na época, Aras pediu que o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes deixasse a relatoria do caso. O ministro, no entanto, negou o pedido.
Esses casos, para os ex-procuradores, indicam que Aras e o vice-procurador-geral, Humberto Jacques de Medeiros, “vem, sistematicamente, deixando de praticar, ou retardando, a prática de atos funcionais para favorecer” Bolsonaro.
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Foto: Pedro França/Agência Senado