Enquanto aguardam mais detalhes do novo arcabouço fiscal, apresentado na quinta-feira, 30, pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, líderes empresariais do Polo Industrial da Zona Franca de Manaus acalentam reações contra o plano do Governo Federal.
Na contramão do mercado e do Congresso, que reagiram positivamente ao plano, o setor produtivo de Manaus, ficou com pulga atrás da orelha.
A proposta concilia superávit primário com controle de despesas do governo.
Eis a questão para o Amazonas. O arcabouço fiscal trata como despesa aquilo que é o combustível que propulsiona a máquina que no ano passado faturou, no Amazonas, R$ 174 bilhões: os incentivos fiscais da Zona Franca de Manaus.
O detalhe é que quando tocou nesse assunto Haddad fez críticas aos incentivos hoje concedidos. Ele chamou-os de demasiadamente favorecidos.
Toda vez que o governo toca nesse assunto o foco da mídia nacional também se volta para Manaus.
Isso porque, por exemplo, dos mais de R$ 400 bilhões que a União concede em renúncia fiscal a vários setores em todo o Brasil, R$ 54 bilhões serão destinados ao PIM.
Outro detalhe é que um dos setores sempre atacado é de informática, que recebe benefício na ZFM e também fora de Manaus.
Mas esse setor, no Polo Industrial de Manaus, se tornou nos últimos anos o mais importe da indústria amazonense. O faturamento dele já responde por quase 30% da faturamento das indústrias incentivadas.
O Amazonas tem o compromisso de campanha do presidente Lula de que ele vai preservar a ZFM.
Mas, ainda assim, os empresários vão esperar o detalhamento do arcabouço do ministro Fernando Haddad para externar o que estão sentindo agora. Ou não.
Fotos: Diogo Zacarias