O prefeito de Manaus, Arthur Neto (PSDB), lamentou que o sindicato dos rodoviários tenha submetido a população a tanto transtorno para, no final, aceitar um acordo com empresários menos favorável do que o que foi colocado na mesa de negociação na prefeitura, no dia 30 de maio. O acordo foi firmado perante o Ministério Público do Trabalho (MPT) neste dia 4, pondo fim ao ato dos grevistas.
Na negociação puxada por Arthur, os empresários concordaram em pagar 6,5% de reajuste salarial das datas-bases de 2017 e 2018, e os rodoviários se contentaram com 5,5%, a serem pagos até o quinto dia útil de agosto deste ano.
Arthur também se referia ao fato do Sinetram (sindicato dos empresários) não ter concordado em anistiar as faltas ao trabalho durante a greve. Os rodoviários terão de compensar esses dias. Além disso, segundo o prefeito, os trabalhadores aceitaram receber o salário de maio com atraso. O pagamento foi prometido para até o dia 13 de junho.
Fim da paciência da população ajudou
A greve durou sete dias e só chegou ao fim após uma manifestação de revolta da população na zona leste que resultou em pessoas feridas, manifestantes presos e ônibus e terminal de passageiros depredados.
Enquanto a Polícia Militar usava a força necessária para conter a manifestação com tons de violência, Arthur se reunia com a presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 11.ª Região (TRT-11) para pedir intervenção do MPT e do Ministério Público Federal (MPF) para pôr fim à greve que já tinha sido julgada ilegal e abusiva pela Justiça do Trabalho.
Presidente dos rodoviários não se arrepende
O presidente do sindicato dos rodoviários, Givancir de Oliveira, disse que a categoria não fez a greve por dinheiro e que não estava arrependido. “Se tiver que fazer de novo, irei fazer”.
Ele disse que a categoria teve sucesso em os empresários aceitar pagar 100% em dia de feriado e duas folgas de compensação.
Quanto às multas aplicadas aos sindicatos, pela desobediência à ordem de manter percentuais da frota atendendo a população, serão tratadas na Justiça comum.
Segundo o Sinetram, a greve deixou um prejuízo de R$ 5 milhões e 60 ônibus depredados.
Foto: BNC Amazonas