O presidente da CPI da covid, Omar Aziz (PSD-AM), reviu nesta manhã de terça (1º) sua posição sobre a Copa América no Brasil. Ontem, no anúncio do governo Bolsonaro de interessado no evento , depois da desistência de Colômbia e Argentina, o senador não se manifestou criticamente a isso.
“Comemorar o quê? Se o Brasil for campeão da Copa América, vai mudar o quê?”, disse hoje.
Ele fez esse questionamento aos senadores da CPI da pandemia, na abertura dos trabalhos. Aziz considera que a realização do evento no país de quase 500 mil mortos pelo coronavírus é “sem lógica”.
Dessa forma, Aziz afirmou que o interesse do governo Bolsonaro em realizar a copa, portanto, não tem sentido.
Contra a realização
Nesta segunda, Aziz disse à Folha de S .Paulo ser contra a Copa América no país. No entanto, ele entendeu, em uma primeira avaliação, que o tema não deve entrar na pauta da comissão.
“Qual é o atrativo de uma Copa América no Brasil? Qual é o custo e o benefício? Só vejo custo. Mas [apurar a realização no Brasil] não será o papel da CPI. Poderá ser, vai depender da decisão da maioria. Hoje, quem deverá se manifestar sobre isso são os infectologistas, sanitaristas, para falar sobre os riscos, não a CPI. Devemos investigar omissões do governo na CPI. Sou totalmente contra realizar a Copa América”, afirmou.
Ao mesmo tempo, o vice de Aziz na CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vê como necessária a atuação da CPI no assunto.
Ele afirmou ter protocolado um requerimento para que o presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), Rogério Caboclo, seja ouvido. De acordo com ele, o requerimento será votado na quarta (2).
“O governo demorou nove meses para responder a 41 emails da Pfizer oferecendo vacina. E demorou meia hora para responder à Conmebol. São curiosas as prioridades desse governo no enfrentamento da pandemia”.
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‘Nosso campeonato é outro’
O relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL), fez um apelo à Seleção Brasileira para que não aceite disputar o torneio. “É um campeonato da morte”.
Um apelo especial ao jogador Neymar foi feito por Calheiros. “Não concorde com a realização no Brasil. Não é esse campeonato que precisamos disputar agora. Precisamos disputar o campeonato da vacinação, ganhar e você marcar gols”.
Foto: André Corrêa/Agência Senado