CĂ¢mara aprova permuta de juĂzes estaduais entre tribunais
Atualmente, essas permutas jĂ¡ sĂ£o permitidas para magistrados federais e do trabalho. No caso de juĂzes estaduais, porĂ©m, Ă© necessĂ¡rio a realizaĂ§Ă£o de um novo concurso pĂºblico para fazer a troca

Publicado em: 10/03/2022 Ă s 14:24 | Atualizado em: 10/03/2022 Ă s 14:24
A CĂ¢mara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (09), em dois turnos, uma proposta de emenda Ă ConstituiĂ§Ă£o (PEC) que permite a troca de juĂzes estaduais entre tribunais de diferentes estados. A matĂ©ria segue agora para o Senado.
Consenso entre os parlamentares, os dois turnos da proposta foram aprovados em menos de 30 minutos, tempo atĂpico para alterações na ConstituiĂ§Ă£o. O primeiro turno teve apoio de 372 deputados e quatro contrĂ¡rios; jĂ¡ no segundo foram 415 votos favorĂ¡veis e trĂªs contrĂ¡rios.
Atualmente, essas permutas jĂ¡ sĂ£o permitidas para magistrados federais e do trabalho. No caso de juĂzes estaduais, porĂ©m, Ă© necessĂ¡rio a realizaĂ§Ă£o de um novo concurso pĂºblico para fazer a troca.
Ao justificar a proposta, a autora da matĂ©ria, deputada Margarete Coelho (PP-PI), afirma que “nĂ£o faz sentido que o juiz de direito precise de nova prova para um cargo que jĂ¡ ocupa, quando existe, em outro tribunal, pessoa com o mesmo cargo e interesse convergente, sem nenhum prejuĂzo a terceiros ou Ă administraĂ§Ă£o pĂºblica”.
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“Como quaisquer outras pessoas, os magistrados estĂ£o sujeitos a fatos supervenientes que os façam desejar retornar para os seus Estados de origem, ou simplesmente mudar para qualquer outro Estado. É o caso da pessoa que enfrenta situaĂ§Ă£o de doença de ente querido, mazelas psicolĂ³gicas decorrentes do afastamento da convivĂªncia familiar ou, atĂ© mesmo, de juĂzes que sĂ£o ameaçados, agredidos ou difamados em virtude de sua atuaĂ§Ă£o”, justifica Coelho.
A relatora da matĂ©ria na CĂ¢mara, deputada Soraya Santos (PL-RJ), afirmou tambĂ©m que, segundo o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), 41% dos magistrados brasileiros nĂ£o atuam na mesma unidade da federaĂ§Ă£o em que nasceram.
“Mostram-se evidentes, portanto, os benefĂcios que a proposta em exame trarĂ¡, no que tange ao maior compromisso dos magistrados com sua terra natal e ao elevado conhecimento das particularidades geogrĂ¡ficas e socioeconĂ´micas locais, bem como Ă maior qualidade de vida pessoal e familiar desses agentes pĂºblicos no exercĂcio de sua funĂ§Ă£o”, argumenta Soraya em seu parecer.
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Foto: Paulo Sergio/CĂ¢mara dos Deputados