Paulo Guedes deverá ir ao Senado explicar declarações hostis

O ministro da Economia disse que os senadores cometeram crime ao derrubar o veto dos servidores. Plínio Valério classificou a fala de inoportuna

Antônio Paulo, do BNC Amazonas em Brasília

Publicado em: 21/08/2020 às 21:27 | Atualizado em: 21/08/2020 às 21:27

O Senado vota na próxima terça-feira (25) requerimento do presidente da Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP), convidando o ministro da Economia, Paulo Guedes, a dar explicações aos senadores.

Ao seu estilo, Guedes fez declarações contra o Senado em relação ao veto que tratou do reajuste dos servidores públicos, que foi derrubado por 42 votos contra 30. A Câmara dos Deputados, no entanto, manteve o veto de Bolsonaro.

Logo após a derrota, o ministro classificou a decisão do Senado como “um crime contra o país”, o que gerou reações de parlamentares.

Há um grupo de senadores que, em vez do convite – que não obriga o ministro a comparecer – quer a convocação de Paulo Guedes.

Único senador do Amazonas a participar da votação do veto 17, na última quarta-feira (19), que resultou na derrota do governo, o senador Plínio Valério (PSDB-AM) faz críticas à postura de Paulo Guedes.

Embora tenha votado pela manutenção – a favor de Bolsonaro – o senador tucano afirma que a reação [do Senado] está sendo proporcional à declaração.

“Achei inoportuno, aliás, o que não é nenhuma novidade em se tratando de Paulo Guedes”, disse Plínio Valério.

Embora não tenha confirmado se vai votar a favor do requerimento de Davi Alcolumbre, o senador amazonense deu a entender que concorda com a presença do ministro no Senado.

A liderança do governo no Senado tenta pôr “panos quentes” na confusão criada por Paulo Guedes e articula com a base governista o arquivamento do requerimento do presidente Davi Alcolumbre.

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Declaração de voto

Um dia depois de ajudar a Câmara a manter o veto 17, de Bolsonaro, o deputado federal Capitão Alberto Neto – um dos cinco do Amazonas que votaram “sim” – reiterou seu voto pela manutenção.

De acordo com o parlamentar, que é policial militar (servidor público), caso fosse derrubado, os investimentos do governo federal enfrentariam problemas.

“Os estados e municípios seriam autorizados a aumentar os salários dos seus servidores públicos, causando um enorme rombo aos cofres do país neste momento tão difícil, onde cada centavo faz a diferença”, justificou o voto Alberto Neto.

O deputado alega ainda que, enquanto mais de 700 mil empresas fecharam as portas, milhões de brasileiros estão desempregados e tiveram seus salários reduzidos, a Câmara não poderia aumentar o salário dos servidores.

“Não podemos quebrar o Brasil, pois, precisamos continuar investindo no auxílio emergencial. A população mais desassistida é nossa prioridade. Vivemos um momento de solidariedade, e cada um precisa fazer a sua parte!”, declarou o capitão-deputado.

Foto: Edu Andrade/Ascom/ME

 

 

 

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